São surpreendentes os resultados da primeira pesquisa Ipec no segundo turno para a eleição de governador. Apesar de ter ficado bem atrás de Onyx Lorenzoni (PL) no primeiro turno, Eduardo Leite (PSDB) aparece à frente na pesquisa. Considerando-se os votos válidos, para facilitar a comparação com o resultado das urnas, Leite teria hoje 54% e Onyx, 46%. No primeiro turno, Onyx fez 37,5% dos votos válidos e Leite 26,81%.
Para ter o índice apurado pelo Ipec é preciso que quase a totalidade dos eleitores de Edegar Pretto (PT), Vieira da Cunha (PDT) e Vicente Bogo (PSB) tenham migrado para o ex-governador. Onyx somaria aos seus os eleitores de Luis Carlos Heinze (PP), Roberto Argenta (PSC) e Ricardo Jobim (Novo). Pretto fez 26,77% dos votos válidos. O PDT e o PSB anunciaram apoio ao ex-governador, mas a votação de seus candidatos foi inexpressiva. Vieira da Cunha teve 1,6% e Bogo, 0,27%. Heinze somou 4,28% e Argenta, 2%.
Se levar em conta os votos totais, quando se somam brancos, nulos e indecisos aos declarados nos dois candidatos, Leite estaria com 50% e Onyx com 43%. Os eleitores dispostos a votar branco ou nulo seriam 4% e os indecisos, 3%.
A orientação dada pelo PT aos seus filiados foi de neutralidade, com recomendação expressa para que não votem em Onyx. Dois dos seus principais líderes, os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra, porém, abriram voto para Leite. O mesmo fez a ex-deputada Manuela D’Ávila, do PCdoB.
Ainda mais estranho é o resultado da pesquisa para presidente, que aponta empate entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, com 50% dos válidos. No Rio Grande do Sul, Bolsonaro fez 48,89% dos votos e Lula, 42,28%. Não há nenhum fato político que indique a migração de quase 100% dos votos dos demais candidatos para Lula.
A explicação mais aceitável para esses números é a margem de erro de três pontos percentuais, o que no limite pode dar uma diferença de até seis pontos. O índice de confiança é de 95%.