A última cena do debate entre Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) sintetiza o clima de tensão que tomou conta da campanha a duas semanas da eleição. Depois das considerações finais e do encerramento do debate, a mediadora Andressa Xavier pediu aos dois que ficassem para a foto oficial. Feitas as imagens, a jornalista sugeriu que os dois se cumprimentassem. Leite estendeu a mão, que ficou suspensa no ar, porque Onyx não quis estender a sua.
Na chegada, os dois já haviam evitado se cumprimentar. Onyx estava dando entrevista quando Leite saiu do elevador. Elevou o tom das críticas, enquanto o adversário esperava a sua vez de entrar. Quando começou a falar, Leite fez o mesmo: elevou a voz para que Onyx escutasse suas críticas. Ali ficou claro que o debate seria tenso. E foi. Do início ao fim, não houve trégua. Os dois candidatos trocaram acusações, o que em muitos momentos acabou prejudicando a explanação das propostas.
Cada vez que se referia a Leite, Onyx o chamava de “candidato que renunciou ao Rio Grande”. Leite, que chamava o deputado de “candidato das fake news”, começou puxando o tema da homofobia e questionou Onyx sobre o que ele quis dizer com a frase “o Rio Grande do Sul terá um governador e uma primeira-dama de verdade". Perguntou se as outras primeiras-damas não tinham sido “de verdade”.
Onyx negou que fosse homofóbico. Disse que respeita a liberdade e que não tem nada a ver com “as escolhas das pessoas”. Em muitos momentos, a mediadora precisou intervir porque os dois falavam ao mesmo tempo.
O candidato do PL fez terra arrasada do governo Leite, com críticas à condução da pandemia, à educação, à gestão do IPE Saúde e à política de habitação.
O ex-governador criticou a falta de propostas de Onyx e o fato de não dizer como vai fazer o que promete. Bateu na tecla de que ele é um apêndice do presidente Jair Bolsonaro e que foi demitido dos ministérios que ocupou. Por fim, chamou o adversário de Rolando Lero, personagem do programa Escolinha do Professor Raimundo.