O Partido Socialista Brasileiro (PSB) anunciou nesta quarta-feira (5) o apoio ao candidato Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno da eleição para governador do Rio Grande do Sul contra Onyx Lorenzoni (PL). Na sede estadual do PSB, em Porto Alegre, o presidente Mário Bruck manifestou “total e irrestrito” apoio a Leite e falou ainda que a vitória de Onyx representaria "retrocesso" e a "reprodução do modelo autoritário e desumano constituído no governo federal".
— É uma candidatura dogmática, que se coloca como dona da verdade, e fechada ao diálogo. Quem não pensa igual não existe — disse Bruck em referência ao bolsonarista.
Candidato a governador derrotado no primeiro turno, Vicente Bogo reafirmou o apoio a Leite na eleição para governador e ressaltou que "não tem qualquer dúvida" sobre o apoio ao ex-presidente Lula (PT) na disputa presidencial. Bogo lembrou que esta quarta-feira, dia 5 de outubro, marca o aniversário de 34 anos da promulgação da Constituição brasileira e avaliou que a Carta "está sob ameaça" na hipótese de vitória de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.
— O autoritarismo tem tudo para avançar do modo como queira. Acho que a nossa posição tem de ser de que o Rio Grande vai se manter livre, um Estado que não vai se submeter a nenhum presidente. Se vencer Onyx, vamos estar submetidos, alinhados completamente — discursou o candidato do PSB.
Convidados para o anúncio ao lado dos dirigentes socialistas, Leite e o vice Gabriel Souza (MDB) agradeceram o apoio recebido e destacaram a participação do PSB nos governos de José Ivo Sartori (MDB) e do próprio tucano, mesmo que o partido seja refratário a privatizações, por exemplo. Gabriel destacou a característica conciliatória da chapa e criticou Onyx.
— Sempre tivemos método de fazer política buscando conciliação. Nosso adversário representa a antítese disso, um retrocesso em relação a tudo o que fizemos. Mudança no modus operandi de como governar o Estado, aniquilamento dos adversários políticos. Isso é muito ruim para o RS — ponderou Gabriel.
Último a falar, Leite lembrou das "divergências pontuais" entre PSB e PSDB e disse que os socialistas poderão contribuir com o próximo governo. Questionado sobre a possibilidade de aproximação com o PT de Edegar Pretto, que fez 1,7 milhões de votos no domingo (2), o candidato tucano disse que permanece aberto ao diálogo, mas ressaltou que não há condições de fazer alterações profundas nas suas propostas de governo.
— Num casal, um faz concessões para o outro, senão a vida fica insuportável. Em um casal ou numa família, um tem que fazer gestos e concessões para os outros e isso pode ser feito, mas não se pode exigir que se mude programaticamente a agenda de uma candidatura.
Na terça-feira (4), o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, usou as redes sociais para defender o diálogo do PT com Leite desde que o tucano se comprometa em reverter o processo de privatização da Corsan e manter o Banrisul público, além de declarar o apoio a Lula no segundo turno.
Na entrevista, Leite evitou responder objetivamente às perguntas dos jornalistas e disse apenas que "o posicionamento sobre a eleição nacional será apresentado no momento oportuno, a partir das discussões que estamos fazendo com a análise do cenário".