Na última terça-feira (29), quando começaram a se agravar os problemas de abastecimento e a greve não dava sinais de ceder, o presidente Michel Temer discutiu com ministros a hipótese de renunciar ao mandato se a paralisação persistisse.
Àquela altura, o governo já atendera às principais reivindicações dos caminhoneiros e não tinha mais o que oferecer.
A ação do Exército e das polícias militares, formando corredores de segurança nas rodovias, acabou com a greve e garantiu sobrevida a Temer.
Na quinta-feira (31), aliviado com retorno progressivo dos caminhoneiros ao trabalho, Temer foi à convenção de pastores da Assembleia de Deus, em Brasília, e discursou em tom de pregação. Acompanhado do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB à Presidência, Temer comemorou o fim da greve dos caminhoneiros:
— Pensei: vou lá na Assembleia de Deus para comemorar a pacificação do país. Com a graça de Deus, estamos encerrando a greve dos caminhoneiros. Pelo diálogo, que é o que eu prego. Não houve uma violência por parte do Estado brasileiro nesses dias de paralisação. Que isso sirva de exemplo para o nosso país, o diálogo.
Aos pastores, pediu que levem sua palavra aos confins do Brasil:
— Nós tivemos muitos projetos no nosso governo. Reforma do Ensino Médio. Baixamos inflação, juros. Nesse momento que vamos entrar numa disputa eleitoral, peço que avaliem nossos projetos, que são a favor do país. Que os senhores possam levar a todos e todas essas palavras, também de paz e harmonia, pois sei que os senhores têm templos nos lugares mais afastados — disse o presidente, que era intensamente aplaudido a cada frase.
O pastor Manoel Ferreira, presidente da congregação, também pediu que seus pastores levem a palavra de Temer aos fiéis espalhados pelo país:
— Acima dele (do presidente), só Deus e a nação.