Que fase horrível do prefeito Marchezan. Além de um processo de impeachment – e de uma CPI que recomenda seu indiciamento por improbidade –, quase todos os projetos deste ano vêm dando errado. Para quem busca a reeleição, não poderia ser pior.
A licitação para conceder o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho à iniciativa privada, na segunda-feira (31), não teve um único interessado. A revitalização do novo trecho da Orla, em obras desde outubro, não será mais concluída até o fim do ano. O projeto de concessão do Mercado Público para um grupo de investidores foi suspenso pela Justiça. E as propostas para baixar a passagem de ônibus ainda mofam na Câmara de Vereadores.
Até o que dá certo, no inferno astral de Marchezan, dá meio errado. Um dos poucos projetos de 2020 que ele poderá exibir na campanha é a PPP da iluminação pública – o primeiro poste foi instalado na terça-feira (1º), e a previsão é de que outras 2,1 mil lâmpadas estejam acesas nos próximos 30 dias. A questão é que, com a pandemia e o baixo movimento à noite, a novidade deve causar um impacto imediato bem menor do que se esperava.
Marchezan, vale lembrar, não é vítima da situação – é responsável por ela. O processo de impeachment pode (e deve) ser questionado, mas também resulta de uma política incompetente do governo no trato com as instituições. Política essa, aliás, que ajudou a afundar na Câmara o meritório pacote para o transporte coletivo.
No caso da CPI, Marchezan sabendo ou não, ficou comprovado que o diretor da Procempa era, de fato, sócio da empresa que fazia teste de GPS na Carris. E o fracasso da licitação do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, embora ainda possa ser revertido, não é culpa de ninguém que não seja da própria prefeitura.
Na campanha eleitoral, Marchezan terá menos para mostrar do que gostaria. Isso se os vereadores, claro, não conseguirem aprovar o impeachment de uma vez. Que fase do prefeito.