Não teve interessados a licitação para assumir o trecho 1 da Orla e o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, conhecido como Harmonia. Os envelopes com as ofertas da iniciativa privada para realizar a administração desses dois parques urbanos deveriam ser abertos na tarde desta segunda-feira (31), no terceiro andar da Secretaria Municipal da Fazenda, mas o processo resultou deserto.
A prefeitura de Porto Alegre pretende fazer mudanças no edital e relançá-lo ainda no mês de setembro. O secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, ainda não deu detalhes das alterações, mas adianta que a questão dos eventos no Harmonia, parque onde ocorre o Acampamento Farroupilha nos meses de agosto e setembro, poderá ser revista.
— Os eventos nessa área têm uma pegada que valoriza raízes históricas e tradições culturais associadas à fundação do Rio Grande do Sul, mas a gente pode estabelecer uma margem de eventos que não se relacione a esse tipo de cultura. Manter garantida a realização dos eventos obrigatórios mas, no restante do ano, dar mais liberdade para a concessionária promover mais eventos e extrair mais receita.
Ribeiro admite que o governo considerava o projeto "arriscado desde o começo", uma vez que prevê a requalificação de um espaço muito amplo e carente de infraestrutura, ao mesmo tempo em que a realização de eventos depende também da superação do fim da pandemia de coronavírus. Mas se mostra confiante de que, com as alterações, a proposta ficará mais atrativa e investidores aparecerão.
Pelas regras do edital lançado no meio do ano, a empresa escolhida teria de realizar melhorias no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, como renovar os banheiros, qualificar estruturas como a Casa do Gaúcho e o Galpão Crioulo, além de criar um novo espaço de valorização da história do Rio Grande do Sul. Outras ações incluem reformas estruturais em drenagem, redes subterrâneas, iluminação e estacionamento.
Como o trecho 1 da orla, o Parque Moacyr Scliar já foi revitalizado, caberia ao vencedor da concorrência assumir sua administração e conservação. Nesta área, o investidor também poderia lucrar com eventos de menor porte, além do aluguel dos quatro bares e do restaurante e espaços de publicidade.
Os investimentos obrigatórios previstos são de cerca de R$ 30 milhões, e é de 35 anos do prazo de concessão. Além dos investimentos e da manutenção, a prefeitura pede um valor fixo de no mínimo R$ 200 mil, pago em parcela única, e 1,5% do faturamento anual de eventos realizados no local.