Começou um cabo de guerra no processo de impeachment: os vereadores querem acelerar, Marchezan quer atrasar.
Quando digo "os vereadores", me refiro, claro, aos que querem afastar o prefeito – e são praticamente todos: só quatro ou cinco, entre os 36, preferem mantê-lo no cargo. Se depender dessa maioria, Marchezan vai cair agora, em setembro, embora o prazo-limite para a votação na Câmara seja novembro. Porque a intenção é tirar o quanto antes o prefeito da eleição.
Com a cassação, Marchezan ficaria impedido de concorrer. Isso aumentaria as chances de partidos envolvidos no impeachment chegarem ao poder. Eles (e suas coligações) teriam um adversário a menos na eleição – um adversário que, na avaliação desses próprios partidos, teria boa possibilidade de chegar ao segundo turno.
O prefeito, por outro lado, fará de tudo para arrastar o processo ao máximo. Já entrou na Justiça, na semana passada, pedindo mais prazo para apresentar sua defesa, e deverá acionar o Judiciário outra vez para contestar os argumentos da denúncia. Ganhar tempo é importante para Marchezan, porque, quanto mais a campanha for avançando, mais espaço ele terá para defender sua narrativa, inclusive na TV – o horário eleitoral começa em 9 de outubro.
Vereadores favoráveis ao impeachment reconhecem que, se Marchezan tiver bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto, durante a campanha, ficará mais difícil aprovar seu afastamento. O melhor, portanto, é derrubá-lo logo.