No dia em que Porto Alegre bateu recorde na ocupação de leitos de UTI, com 344 internados com coronavírus, o prefeito Marchezan anunciou nesta terça-feira (1º) a liberação do comércio aos sábados e a ampliação do horário dos restaurantes.
É um risco? Claro que é, mas o raciocínio do governo é o seguinte: faz 40 dias que a cidade mantém uma estabilização nas UTIs. Ou seja, mesmo com o recorde de ontem, a variação do número de internados – sempre entre 300 e 340 – ainda é considerada sob controle.
– A situação segue a mesma. Não mudamos o nosso diagnóstico – diz o secretário municipal adjunto de Saúde, Natan Katz.
Ele explica que, embora o total de leitos ocupados seja o maior desde o início da pandemia, a velocidade com que esse crescimento ocorre é bem menor. Em março, por exemplo, o número de internados chegava a dobrar a cada cinco dias. Em junho, a curva também subia sem parar, o que é diferente do cenário atual.
Em entrevista à coluna nesta terça-feira (1º), Marchezan disse que outros indicadores – como os atendimentos em postos de saúde e o número de pessoas que testam positivo – confirmam uma procura estabilizada.
– O sistema de saúde opera com uma demanda bem alta. Mas, se por um lado isso nos obriga a manter a cautela, também faz crescer o percentual de porto-alegrenses imunes ao vírus, algo fundamental para avançar nas flexibilizações – avalia o prefeito.
Mas o discurso que o governo mantinha, de nunca liberar atividades se houvesse alguma ameaça de fechá-las, também vai se tornando mais cauteloso.
– Vamos fazer essas liberações com responsabilidade, mas correndo, sim, algum risco de eventualmente precisar retroagir – avisa Marchezan.