Enquanto a privatização proposta pelo governo do Estado não sai, a CEEE vai às vendas. A atual administração confirmou que avança o projeto de venda das fatias da estatal em Sociedades de Propósito Específico (SPEs), que não são alcançadas pelo dispositivo constitucional que proíbe venda de patrimônio público sem plebiscito.
Ainda no ano passado, a CEEE havia contratado uma consultoria de Minas Gerais, a Ceres, para fazer a modelagem da venda. Neste ano, o projeto travou em um detalhe que parece insignificante, por representar 0,1% de algo que ainda não existe, mas acabou se mostrando forte o suficiente para provocar ao menos uma pausa.
O Complexo Eólico Povo Novo, de Rio Grande, tem capital aberto. Vale a regra que prevê preferência ao sócio minoritário. Com 0,1%, a Epcor Energia, pediu esse direito – e será atendida, ao menos para deixar claro se tem ou não recursos. Pertence a Nilo Quaresma Jr., ex-diretor de Transmissão da CEEE.
– Temos um fundo de investimento por trás, e já estamos fazenda a conta de quanto vamos pagar à CEEE para ficar com Povo Novo, que queremos tocar para colocar em funcionamento até 1º de janeiro de 2019 – diz Quaresma.
Conforme o empreendedor, a Epcor já executou diversos projetos no Estado e tem experiência na área. Quaresma detalha que a CEEE, até agora, só "enterrou" dinheiro em Rio Grande. A estatal fez as fundações da torres que receberão os aerogeradores.
– Se a CEEE quiser receber o que já colocou lá, não vai conseguir – avisa.
Apesar de ter o maior peso da CEEE, Povo Novo não é nem de longe a empresa mais valiosa da lista. As obras não avançaram e o que tem valor é apenas a garantia proveniente da venda futura de energia em leilão. Participações menores em empresas consolidadas podem render mais. Como são da CEEE-GT, falta definir se podem – ou não – ajudar a combalida CEEE-D.