Os primeiros hotéis de Porto Alegre ficavam perto dos pontos de partida e chegada dos viajantes. A maior concentração estava no entorno da Praça da Alfândega, local movimentado devido ao porto dos navios a vapor. Outros estavam perto da estação férrea da Rua Voluntários da Pátria, esquina com Rua da Conceição.
As propagandas ajudam na reconstrução da história. No Annuario da Provincia do Rio Grande do Sul, é possível descobrir detalhes sobre os serviços dos hotéis. Os anúncios foram publicados em edições entre 1885 e 1891.
O tradicional Hotel del Siglo, de Francisco Negrony, oferecia "banhos quentes e frios, a qualquer hora do dia". O estabelecimento permanecia aberto até a meia-noite. Como em outros hotéis, o restaurante não era exclusivo dos hóspedes. Em frente à Praça da Alfândega, na Rua dos Andradas, estava aberto para jantares, banquetes e ceias.
O Grande Hotel de France comunicava a mudança para sobrado com salões e quartos, luxuosamente mobiliados. No anúncio, prometia serviços de "primeira ordem". O proprietário era João Pedro Bourdette, que fundou anos depois o Grande Hotel.
O Hotel du Brésil, apesar do nome, pertencia ao alemão Frederico Bahlcke. A propaganda destacava os "banhos e sorvetes", além da comunicação em inglês, francês, português e alemão.
O Hotel Central, de Rodolfo Schorn, dispunha de cozinha nacional e alemã, em almoços, jantares e ceias. Aceitava pensionistas e passageiros.
O geógrafo Karl André contou em Porto Alegre, no início da década de 1860, 10 hospedarias. O desenvolvimento da hotelaria, com estruturas melhores, ocorreu nas últimas décadas do século 19.