Com todas as comodidades possíveis para o início da década de 1930, o Novo Hotel Jung foi aberto junto à Praça XV de Novembro, em Porto Alegre. O edifício de 10 pavimentos, em estilo art decó, ainda chama a atenção no Centro Histórico. Na inauguração do hotel, em 15 de março de 1932, era ainda mais imponente. Um gigante entre os prédios de dois ou três pavimentos na vizinhança. O Hotel Jung, que desde 1913 funcionava na Rua Voluntários da Pátria, incorporou o "Novo" ao nome na mudança de endereço.
O estabelecimento era propriedade da empresa Jung, Müller & Cia, sob gerência de Carlos Albano Müller e Victor Schardong. Com bonita decoração, o novo imóvel oferecia 120 apartamentos. O hotel apresentava como diferenciais o aquecimento central e a água corrente fria e quente em todas as peças a qualquer hora. O serviço de telefonia não poderia faltar. Uma barbearia própria para "homens e senhoras" funcionava no prédio, que oferecia sala para fumar, uma pequena biblioteca, jogos de salão, uma sala exclusiva para senhoras, salão de jantar e uma moderna cozinha.
No prédio, projetado por Agnello Nilo de Lucca, era possível ver o Guaíba nos quartos dos andares mais altos. O hotel virou ponto de hospedagem para políticos brasileiros e representantes diplomáticos estrangeiros durante visitas a Porto Alegre. No térreo, funcionavam lojas. Em 1936, a Relojoaria Allemã atendia em uma das salas comerciais.
Na esquina da Avenida Otávio Rocha com Rua Marechal Floriano, o Edifício Frederico Mentz, onde funcionou o hotel, é ocupado atualmente por lojas e salas comerciais. O prédio é composto pelo térreo, sobreloja e oito andares. O último era o restaurante do hotel.
O empresário Enio Mastroberti lembra que o Novo Hotel Jung fechou as portas em 1973. No ano seguinte, ele se estabeleceu no prédio com uma imobiliária e foi síndico do Edifício Frederico Mentz por 25 anos.
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