O Hotel Vienna (Hotel Wien) ficava no Palacete Chaves, na esquina da Rua dos Andradas com Rua General Câmara, no centro de Porto Alegre. O belo prédio foi inaugurado em 24 de junho de 1904 pelo comendador Antonio Chaves Barcellos, rico comerciante da cidade.
A construção de três andares abrigou vários negócios, como a empresa de seguros A Equitativa, escritório de advogados e o dentista José Saleiro. A operação mais conhecida foi do Hotel Vienna, de Caspar Binter, que era permissionário do Chalé da Praça XV. Em 1912, o imigrante obteve o registro da marca Hotel Vienna. O livro Tradição e arte em receber (1808-2018): uma história de hospedagem e alimentação em Porto Alegre e região, organizado por Gunter Axt, Fernando Bueno e Flávio Wild, descreve o estabelecimento. Ele "era amplo, ricamente decorado, com muitas mesas e uma poderosa orquestra disparando seus acordes na galeria". Os "músicos, cozinheiros e garçons provinham de um navio mercante alemão que passara pela região".
Em abril de 1917, o Vienna foi alvo da onda de ataques a estabelecimentos de alemães e descendentes em Porto Alegre, durante a Primeira Guerra Mundial. De acordo com o jornal A Federação, Binter era austríaco. Apesar de colocar bandeira brasileira no prédio, não escapou da fúria contra os germânicos. Em meio a gritos de "morra a Alemanha" e "abaixo o Kaiser", todos os vidros das portas e vitrines foram quebrados.
Depois de alguns dias fechado, em 28 de abril, Binter reabriu o estabelecimento com o novo nome: Metropole Hotel. Em anúncio publicado na imprensa, prometeu o mesmo acolhimento e consideração do Hotel Vienna. O restaurante oferecia almoço, jantares e banquetes.
Em 1918, saiu propaganda do Metropole na revista Mascara. A atração era o "Baar Antarctica". O estabelecimento oferecia quartos e aceitava pensionistas. Além das refeições no local, fornecia comida para fora.
Binter vendeu o Metropole em 1919. O empresário seguiu no mesmo setor, com o Guahyba Hotel, na Rua Voluntários da Pátria. Em 1923, o jornal A Federação publicou que foi decretada a falência de Caspar Binter.
O Palacete Chaves deu lugar ao tradicional Edifício Chaves Barcellos, o Edifício do Relógio, concluído no início da década de 1950.