Balneário Pinhal, no Litoral Norte, começou a receber veranistas na década de 1950. O território já pertenceu a Santo Antônio da Patrulha, Osório, Tramandaí e Cidreira. Em 1995, depois da aprovação pelos moradores em plebiscito, conseguiu a emancipação. A praia está eternizada em música da banda Cidadão Quem e na memória de veranistas e moradores de várias gerações.
No livro A Saga das Praias Gaúchas: de Quintão a Torres, Leda Saraiva Soares conta que a área de Balneário Pinhal fazia parte da Sesmaria de Cidreira, terras recebidas da Coroa Portuguesa por Manuel Pereira Franco em 1767. Ele não chegou a morar na região. Em 1819, depois de confiscada por causa de sonegação de impostos, a área foi comprada em leilão pelo tropeiro Luiz José Ferreira Saraiva. Na divisão de bens do tropeiro, dois filhos ficaram com as terras. O primeiro lugarejo que se formou em Pinhal foi a Fazenda da Rondinha, a seis quilômetros do mar.
Para entender a história do município, conversei com a pesquisadora Maria Cardoso Faistauer, autora de livros sobre Balneário Pinhal. Em 1938, a família Ebling, oriunda de Taquara, adquiriu a Fazenda da Rondinha. Em nova negociação, passou para as mãos do espanhol Francisco Segura Garcia, conhecido como Paco, que já era dono da Fazenda do Pinhal, onde construiu capela, salão de festas e escola para atender trabalhadores da propriedade rural. Também plantou eucaliptos na estrada, dando origem ao Túnel Verde. Maria Cardoso Faistauer conta que o nome da Fazenda do Pinhal está relacionado a três araucárias da propriedade. Ela reforça que a origem do nome do município está na Fazenda do Pinhal e não nos pinus, que só seriam plantados mais tarde.
Em 1951, o português Fausto de Borba Prates comprou a Fazenda do Pinhal, área do Túnel Verde até o mar. O arquiteto Luiz Arthur Ubatuba de Faria foi contratado para a urbanização da Praia do Pinhal. Fausto também buscou nos Estados Unidos milhares de mudas de pinus elliottii para florestamento.
Vídeo raro de 1955
Em vídeo da empresa cinematográfica Wilkens Filmes, em 1955, é possível ver casas em meio às dunas de Pinhal. Nas imagens, chama a atenção uma estrutura elevada, construída em madeira. A pesquisadora Maria Cardoso Faistauer afirma que é a "calha", obra que retirava água da Lagoa da Rondinha para molhar a areia e facilitar a chegada de carros à praia.
O vídeo também mostra o Restaurante Verona e um hotel, além da placa do local destinado à Sociedade Amigos da Praia do Pinhal. Veranistas aparecem praticando esportes e participando de uma espécie de gincana.
É uma volta aos primórdios do balneário.
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