Nove meses depois de demitir trabalhadores e suspender a obra, o consórcio RAC - Arquibrasil retomou a mobilização em torno da revitalização da Usina do Gasômetro. Nesta quinta-feira (14), técnicos das empresas responsáveis pela reforma vistoriam o local com representantes da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi).
Como a construção ficou muito tempo parada, essa semana servirá para a realização de um levantamento detalhado de como está o local. Os operários começam a obra em si a partir de segunda-feira (18).
O trabalho deverá ser finalizado em março de 2023. A recuperação da Usina tem hoje 45% dos serviços executados.
A Smoi ainda avalia como será feito o restante das novas instalações elétricas, que não será mais executado neste contrato. Existem duas possibilidades: uma é realizar nova licitação pela prefeitura.
Se a concorrência for realizada até novembro será possível ter a Usina toda pronta para o aniversário de 251 anos da cidade. A outra ideia é encontrar um parceiro, que ficaria responsável por concluir as obras e zelar pelo local, e administrar os espaços gastronômicos e culturais.
Por que as obras pararam
Como havia necessidade de ajustar o contrato, que previa serviços subdimensionados, as empresas desligaram os funcionários em outubro. Eles não mais teriam o que executar a partir daquela data.
Sem a Bienal
Na semana passada, a Fundação Bienal do Mercosul desistiu de utilizar o prédio para a exposição deste ano. Como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) vetou o uso da chaminé, a organização do evento anunciou que abdicará da Usina.
Fechada desde 2017
Em fevereiro, a prefeitura e as empresas haviam chegado num consenso. Um aditivo foi aprovado indicando que o contrato sofreria reajuste e a maior parte dos trabalhos restantes seria retomada em abril, o que acabou não se efetivando.
Segundo este último aditivo, as empresas não executariam a reforma da parte elétrica, que seria realizada a partir de uma nova licitação. A retirada deste item permitiu reajustar o contrato no valor máximo permitido, atualizando as necessidades atuais da revitalização.
A Usina do Gasômetro está fechada desde novembro de 2017. Na ocasião, o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) venceu e não foi mais renovado.
O valor da obra subiu para R$ 16,33 milhões, o que representa um reajuste de 42,65% em relação ao proposto inicialmente. O contrato havia sido assinado em novembro de 2019, ao custo R$ 11,44 milhões, e foi reajustado em janeiro de 2021, quando passou para R$ 13,97 milhões.
A revitalização começou em janeiro de 2020. Os serviços deveriam ter sido finalizados em março de 2021. Essa é uma das 21 obras que o prefeito Sebastião Melo determinou como prioritárias.