Restou frustrada a intenção da Fundação Bienal do Mercosul em poder usar a chaminé da Usina do Gasômetro durante o evento deste ano. A negativa foi dada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), ligado à Secretaria Estadual da Cultura (Sedac).
Em maio, a prefeitura havia concordado com a solicitação feita pela fundação. A ideia era projetar, no interior da chaminé, uma luz em direção ao céu.
O Iphae justifica que a Usina está em obras. Muito embora esse restauro não atinja a chaminé, "a proposta artística interferiria na mesma". Por isso, a instalação pretendida não foi considerada adequada.
"Ocorre que a proposta era de utilizar a estrutura existente como suporte, interferindo diretamente no bem tombado, o que não é indicado. O entendimento é de que a obra é que deve se adaptar ao bem tombado e não o contrário", informa posicionamento do Iphae encaminhada pela Sedac.
A aprovação ou não do Iphae se faz necessário porque a Usina é um prédio tombado pelo instituto. Por isso, "independentemente da propriedade ou de quem a utilize, todos os projetos devem ser aprovados por este órgão estadual", finaliza a nota.
Em 2011, a Bienal já havia usado o mesmo local e não houve restrição. Na ocasião, quatro caixas de som foram amarradas a cabos de aço instalados no topo da chaminé. O objetivo foi reproduzir uma “sinfonia de bigornas” que tocam o “martinete”, um ritmo tradicional dos ciganos da Espanha. Aliás, os cabos permanecem no local até hoje.
Ao final da exposição, a corda e as caixas de som foram retiradas. Os cabos foram deixados porque o contratante não o solicitou.
Já sobre o uso da parte da frente do prédio histórico não houve objeção do Iphae. Porém, a fundação entendeu por bem não ocupar o espaço nestes ano.
As obras serão retomadas a partir do dia 14. As primeiras intervenções seriam exatamente para atender os objetivos do evento. A intenção era poder utilizar apenas a parte frontal da Usina, chamada de nave, e também o mezanino.
A Bienal deste ano terá obras espalhadas em lugares como Parque Moacyr Scliar, Fundação Iberê Camargo, Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), Memorial do RS, Farol Santander, Instituto Caldeira, Paço Municipal e Instituto Ling.
A última vez que a chaminé da Usina foi usada foi em 2018. Uma faixa publicitária foi colocada pela empresa patrocinadora da festa de Ano-Novo, o que causou polêmica.