Depois de semanas de negociações, as obras na Usina do Gasômetro, enfim, vão recomeçar. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) e o consórcio RAC - Arquibrasil acertaram os detalhes que ainda impedia a volta dos serviços no local.
As obras estão paradas desde outubro, quando os trabalhadores foram demitidos. Como havia necessidade de ajustar o contrato, que previa serviços subdimensionados, as empresas desligaram os funcionários pois eles não mais teriam o que executar.
A movimentação no local já começa na semana que vem, com a análise da situação atual. Em 14 de julho, a reconstrução se inicia. O trabalho deverá ser finalizado em março de 2023.
Antes disso, porém, a Usina será parcialmente reaberta. A Bienal do Mercosul usará parte do prédio histórico entre setembro e novembro, mais precisamente a frente do imóvel - chamada de nave - e também o mezanino.
- Ela é fundamental pois é um ícone da cidade. É impossível imaginar Porto Alegre sem a Usina do Gasômetro, na Orla do Guaíba, que está sendo redescoberto. Ele é fundamental como espaço cultural da cidade - comemora o secretário da Smoi, André Flores.
De julho até setembro, as empresas precisarão realizar as intervenções necessárias para atender os objetivos da Bienal. Durante o evento, os trabalhos deverão ser transferidos para a parte de trás da Usina.
Quando o consórcio concluir sua atuação faltará ainda realizar as instalações elétricas. Serão necessários mais quatro meses de trabalho.
A Smoi trabalha com duas possibilidades. Uma delas é realizar uma nova licitação pela prefeitura. Se a concorrência for realizada até novembro será possível ter a Usina toda pronta para o aniversário de 251 anos da cidade.
A outra ideia é encontrar um parceiro, que ficaria responsável por concluir as obras e zelar pelo local, e administrar os espaços gastronômicos e culturais.
- Até o final do ano isso deve estar definido, sobre o caminho que deveremos tomar. A concessão é uma das possibilidades - destaca Flores.
Fechada desde 2017
Em fevereiro, a prefeitura e as empresas haviam chegado num consenso. Um aditivo foi aprovado indicando que o contrato sofreria reajuste e a maior parte dos trabalhos restantes seria retomada em abril, o que acabou não se efetivando.
Segundo este último aditivo, as empresas não executariam a reforma da parte elétrica, que seria realizada a partir de uma nova licitação. A retirada deste item permitiu reajustar o contrato no valor máximo permitido, atualizando as necessidades atuais da revitalização.
A Usina do Gasômetro está fechada desde novembro de 2017, por causa da falta de atualização de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). A recuperação da Usina tem hoje 45% dos serviços executados.
O valor da obra subiu para R$ 16,33 milhões, o que representa um reajuste de 42,65% em relação ao proposto inicialmente. O contrato havia sido assinado em novembro de 2019, ao custo R$ 11,44 milhões, e foi reajustado em janeiro de 2021, quando passou para R$ 13,97 milhões.
A revitalização começou em janeiro de 2020. Os serviços deveriam ter sido finalizados em março de 2021. Essa é uma das 21 obras que o prefeito Sebastião Melo determinou como prioritárias.