Jocimar Farina

Jocimar Farina

Jornalista formado pela Unisinos e pós-graduado em Especialização em Ciências Penais pela PUCRS. Apresentador e repórter da Rádio Gaúcha, além de comentarista da RBS TV, acompanha o andamento, ou não, dos principais projetos e obras de mobilidade do Rio Grande do Sul.

Da Colômbia

Desvendado mistério sobre cabos da chaminé da Usina do Gasômetro

Em maio, imagem feita com drone mostrou ângulo, até então, desconhecido do local 

Jocimar Farina

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Não era resquício de propaganda. Tampouco, alguma ação de reparo. Os cabos de aço que apareceram no topo da chaminé da Usina do Gasômetro, inclusive, estão lá há 10 anos.

A dúvida surgiu há pouco mais de um mês, quando o repórter fotográfico Lauro Alves, da Agência RBS, usou um drone para registrar imagens desta região da orla do Guaíba. A foto mostra a boca da chaminé. 

Nela, dois cabos em formato de "x" foram identificados. O responsável pelos cabos é um colombiano: o escultor Oswaldo Maciá. Entre setembro e novembro de 2011, durante a 8a Bienal do Mercosul, ele usou a chaminé da Usina. 

Dois alpinistas foram contratados. Eles instalaram os cabos. Neles, uma corda descia por dentro da chaminé. 

Quatro caixas de som foram amarradas a ela. O objetivo foi reproduzir uma “sinfonia de bigornas” que tocam o “martinete”, um ritmo tradicional dos ciganos da Espanha.

Ao final da exposição, a corda e as caixas de som foram retiradas. Os cabos foram deixados porque o contratante não o solicitou. Por estarem tanto tempo expostos, eles não podem ser reaproveitados em alguma nova ação e deverão ser descartados. 

- Foram deixados porque o contratante não pediu para retirarmos - informa o alpinista Odilei de Souza Medeiro, de 42 anos.

Outro problema que a coluna foi informada é que a plataforma do topo da chaminé está apodrecida. Subir nela, atualmente, é perigoso. A prefeitura, inclusive, já teria sido comunicada, mas ainda não teria tomado providências. 


Hipóteses descartadas

Uma hipótese levantada à época é que as cordas poderiam ser de equipamentos de rapel, pois, em 2018, a chaminé recebeu uma faixa publicitária como contrapartida pelo investimento feito na festa de fim de ano da orla.

Poderia ser também alguma recuperação que a chaminé, de 101 metros de altura, estivesse passando. Afinal, ela é de 1937 e a Usina do Gasômetro está sendo reformada. Porém, essa obra específica não foi incluída na restauração, conforme informou a prefeitura.

Três secretarias foram procuradas para saber ao certo do que se tratava: Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), Secretaria da Cultura (SMC) e Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamums). Todas não sabiam ao certo que tipo de intervenção ocorrera.

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