É fácil passar pelo viaduto Abdias do Nascimento, localizado na Avenida Pinheiro Borda, e perceber um letra M, gigante, destacada na construção. O assunto já ganhou o anedotário da rivalidade Gre-Nal.
Gremistas lembram o Mazembe, da República Democrática do Congo. O time de futebol venceu o Internacional na semifinal do Mundial de Clubes, realizado em 2010.
A obra custou R$ 28,7 milhões. Foi inaugurada em junho de 2014. O contrato com as empresas Toniolo Busnello e Construtora Cidade foi assinado em julho de 2012 e a previsão inicial era de que a obra fosse concluída em abril de 2014.
A coluna conversou com um integrante da prefeitura, que participou das discussões de projeto do viaduto. É óbvio que o M não é uma provocação ao Internacional, que tem o estádio Beira-Rio residente a menos de um quilômetro.
Mas, então, para que serve aquele M? Teria sido uma provocação de um projetista ao revés do coirmão? Ou há algo que realmente se justifique ali que não mereça uma letra H, Y, ou Z?
A resposta que obtivemos é que o M não é um M. É uma "confirmação resultante de um cálculo estrutural". Para se chegar naquele formato, vários fatores foram analisados.
Um viaduto desse porte sofre ação dos ventos. Para que a estrutura de concreto e aço resista, é necessário buscar uma estabilidade.
O tal M é feito de aço para que a elevada seja menos pesada. E, mesmo que seja menos pesada, a estrutura precisa suportar os veículos que recebe, senão não e justificaria o investimento.
O M tem a missão de suportar a carga máxima da pista por meio dos cabos. Há exemplos de viadutos pelo mundo que esse M tem diferentes outros formatos: A, Y invertido, X, e outros tantos, que podem mexer com a imaginação dos seus usuários.
Cada solução encontrada busca atender as características próprias da construção, como estimativa de número de veículos, capacidade das fundações, dentre tantas outras preocupações de engenharia. Se os cálculos apontassem para o uso de concreto onde existe o M, outra "letra" deveria ganhar a estrutura.
Dessa forma, não há nada de oficial na corneta protagonizada pelos gremistas aos colorados. Houve, sim, uma infeliz coincidência. Agora, os azuis que fiquem de olho. Vai saber que obra pode surgir em breve na região da Arena.