O Ministério da Infraestrutura marcou a data de realização de leilão de uma área no cais de Porto Alegre. O imóvel em questão é o da antiga Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), um imponente prédio às margens do Guaíba, e identificado por quem passa pela Avenida Castello Branco.
O pregão será realizado na B3, bolsa de valores de São Paulo. A data escolhida é 19 de novembro. As regras da disputa ainda não foram divulgadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários.
A concorrência era aguardada pela Superintendência do Portos de Rio Grande, que é corresponsável pela área. O arrendamento portuário do terminal, localizado no Cais Navegantes, deverá se estender por 10 anos.
Quem vencer a licitação ficará responsável pela administração do espaço, que tem armazenamento de 18,5 mil toneladas estática de carga para graneis sólidos de origem vegetal. A previsão de movimentação é de 200 a 250 mil toneladas por ano neste terminal.
- O importante é conseguir capital privado, que recupere essa área e que bote a funcionar novamente. Temos alguns interessados, tanto para grãos, soja, arroz ou outros produtos. Mas acho que o principal produto que vai ter interesse é a cevada. Estamos na expectativa de que esse leilão encontre um cliente investidor, que recupere essa área, e que parta para um contrato de 10 anos, que possa ser renovado por mais dez anos ou até partir para outros de mais longo prazo - destaca o superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima.
Dentro do arrendamento, o vencedor terá que realizar obras. A estimativa é que sejam investidos R$ 41 milhões em melhorias operacionais, equipamentos, além de reparos na estrutura do imóvel.
Cais do Porto
Porto Alegre tem três portos. O mais conhecido é o Mauá, mas não é mais um porto operacional. O Cais Marcílio Dias, tem área operacional, mas não está recebendo atualmente movimentação de navios. Dessa forma, o único cais com recebimento de produtos é o Cais Navegantes. A área do Cais Navegantes vai da Estação Rodoviária de Porto Alegre até a ponte mais antiga do Guaíba.
O Navegantes recebe navios de longo curso, que trazem fertilizantes, cevada e bobina de aço. Somente de cevada chegam dois navios por mês.
Cevada é o segundo produto mais movimentado, atrás dos fertilizantes, projeção de 120 mil toneladas de cevada este ano. Até o momento já foi movimentado 47% a mais do que o mesmo período do ano passado. Bobinas de aço caiu bastante na pandemia. Mas com o aquecimento da economia pós pandemia se espera normalizar os desembarques.
A cevada vai para a Maltaria Navegantes, localizada na Rua Voluntários da Pátria, e também para Passo Fundo. O importador é a AMBEV.
Os armazéns do Porto são utilizados para recepcionar as mercadorias após desembarque para dar produção a operação portuária. Uma operação portuária rápida e eficiente reduz o tempo de estadia dos navios nos portos diminuindo o custo do transporte.
Leilões da Cesa
Desde que teve aprovado o plano de extinção, em 2018, a Cesa já teve ao menos 14 estrutura leiloadas pelo Estado. Os recursos dos imóveis ainda em nome da companhia estão sendo destinados para pagamento de passivos trabalhistas e dívidas com fundos previdenciários, que somam cerca de R$ 150 milhões.