Quem passa pela Avenida Castello Branco, próximo à estação Rodoviária de Porto Alegre vê, um imponente prédio às margens do Guaíba. O imóvel da antiga Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) está desocupado desde março no Cais Navegantes.
Mas as pretensões da Superintendência do Portos de Rio Grande é poder voltar a dar atividade à unidade. Não mais como armazém da Cesa, que está em processo de liquidação e foi entregue para a superintendência há cinco meses.
A intenção é realizar um leilão para escolher quem irá ficar responsável pelo imóvel pelos próximos 10 anos. A expectativa é poder realizar a disputa em dezembro.
- A gente (Superintendência do Porto de Rio Grande e Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários) desenvolveu um estudo de viabilidade, uma metodologia simplificada, para fazer o arrendamento portuário da área. Esse estudo está em tramitação. Já esta na Agência Nacional de Transportes Aquaviários, a Antaq, tramitando internamente lá. E deve ser encaminhado ao Tribunal de Contas nos próximos dias para devida análise e aprovação - destaca o diretor de Portos Interiores da superintendência, Bruno Almeida.
Quem vencer a licitação de arrendamento portuário ficará responsável pela administração do espaço, que tem armazenamento de 18,5 mil toneladas estática de carga para graneis sólidos de origem vegetal. A previsão de movimentação é de 200 a 250 mil toneladas por ano neste terminal.
Dentro do arrendamento, o vencedor terá que realizar previstos, que estão sendo estipulados pela Superintendência dos Portos. A estimativa é que sejam investidos R$ 41 milhões em melhorias operacionais, equipamentos, além de reparos na estrutura do imóvel.
Cais do Porto
Porto Alegre tem três portos. O mais conhecido é o Mauá, mas não é mais um porto operacional. O Cais Marcílio Dias, tem área operacional, mas não está recebendo atualmente movimentação de navios. Dessa forma, o único cais com recebimento de produtos é o Cais Navegantes. A área do Cais Navegantes vai da Estação Rodoviária de Porto Alegre até a ponte mais antiga do Guaíba.
O Navegantes recebe navios de longo curso, que trazem fertilizantes, cevada e bobina de aço. Somente de cevada chegam dois navios por mês.
Cevada é o segundo produto mais movimentado, atrás dos fertilizantes, projeção de 120 mil toneladas de cevada este ano. Até o momento já foi movimentado 47% a mais do que o mesmo período do ano passado. Bobinas de aço caiu bastante na pandemia. Mas com o aquecimento da economia pós pandemia se espera normalizar os desembarques.
A cevada vai para a Maltaria Navegantes, localizada na Rua Voluntários da Pátria, e também para Passo Fundo. O importador é a AMBEV.
Os armazéns do Porto são utilizados para recepcionar as mercadorias após desembarque para dar produção a operação portuária. Uma operação portuária rápida e eficiente reduz o tempo de estadia dos navios nos portos diminuindo o custo do transporte.
Leilões da Cesa
Desde que teve aprovado o plano de extinção, em 2018, a Cesa já teve ao menos 14 estrutura leiloadas pelo Estado. Os recursos dos imóveis ainda em nome da companhia estão sendo destinados para pagamento de passivos trabalhistas e dívidas com fundos previdenciários, que somam cerca de R$ 150 milhões.