A Caixa Econômica Federal não executou a dívida que a OAS tem com relação a construção da Arena do Grêmio. A garantia é de uma fonte da construtora consultada pela coluna.
Oficialmente, a OAS não se manifesta sobre o assunto. No fim de semana, o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim informou que, assim como a Arena do Corinthians, o banco estava cobrando as garantias da OAS pelo não pagamento de uma dívida de R$ 44 milhões.
- A Caixa não tem dívida contra a Arena. A dívida da Caixa contra a OAS já foi executada na recuperação judicial (da construtora, ocorrida em 2015) - disse essa pessoa ligada à empresa.
A OAS deve para bancos por causa da construção da Arena do Grêmio. Mas a Caixa não está nesta relação de credores. Os bancos Santander, Banco do Brasil e Banrisul é que têm a receber parcelas em atraso.
Inclusive, na compra da gestão da Arena, que o Grêmio negocia com a construtora, o clube gaúcho prevê retomar o pagamento a essas instituições financeiras. O Tricolor paga hoje em torno de R$ 1,7 milhão por mês pelo uso do anel superior da Arena, o espaço destinado aos sócios do clube. A partir do término das negociações, esse valor deixa de ser pago para a OAS e parte dele passa a ser destinada aos bancos.
O montante que ainda precisa ser pago é de aproximadamente R$ 200 milhões. Porém, os bancos irão cobrar R$ 113 milhões. Desse total, R$ 53 milhões virão de um empréstimo que o Grêmio irá tomar. Essa dívida será diluída em pagamentos mensais que ocorrerão ao longo de seis anos. Outros R$ 60 milhões virão da venda da área do estádio Olímpico. A OAS ainda receberá R$ 850 mil por mês durante os seis anos posteriores à quitação do empréstimo.
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, lembra que a participação da Caixa se dá nas obras do entorno do estádio. Ela é uma das sócias, junto com a OAS, da empresa Karagounis, que se comprometeu a retomar os trabalhos paralisados desde 2015. Mas, para a remobilização dos trabalhos, a Karagounis aguarda, desde abril, uma autorização da Caixa sobre uma proposta de garantias, que foi apresentada para a Justiça.
O maior risco, na avaliação de dirigentes tricolores, seria a OAS entrar em situação de falência. Até o momento, não há nenhum indício concreto disso.
O Grêmio informa que a negociação para a compra da gestão da Arena segue em andamento, e a expectativa é de um desfecho positivo até o final de 2019. O clube estuda a possibilidade de assumir a responsabilidade sobre as obras no entorno do estádio. Entre os trabalhos que precisam ser realizados estão a duplicação da avenida A.J. Renner, melhorias na rede de água e esgoto para atender futuros empreendimentos na região, reformas das paradas de ônibus locais e construção de ciclovia.