No Mercado Público de Porto Alegre, o mais antigo em atividade no Brasil, as paredes também contam história. E ela foi atualizada nesta quarta-feira (18).
Uma placa com a marca da enchente de 2024 foi instalada no local. Ela marca 1,5m. Foi este o ponto que a água atingiu, em 8 de maio, na porta de entrada mais próxima do Largo Glênio Peres.
— Esse ato aqui é muito singelo, apenas para afixar a medida que a enchente deste ano nos impôs, mas também representa e simboliza a resiliência do nosso Mercado Público, que em menos de seis meses conseguiu se recuperar — destaca o secretário municipal de Administração e Patrimônio (Smap), André Barbosa.
Abaixo dela está a placa de 1941, que foi substituída. A marca mais antiga ganhou agora a metragem - 1,09m -, que no modelo não existia.
- Vamos pensar pelo lado bom. É um memorial para a gente lembrar que passamos por tudo isso e que ainda hoje estamos dando a volta por cima. Está registrado, mas que fique só na lembrança. E que não aconteça nunca mais - ressalta o presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, Rafael Sartori.
Segundo Sartori, as perdas dos mercadeiros chegaram a R$ 30 milhões. Neste montante estão a perda do estoque, os maquinários atingidos e o tempo que as lojas ficaram fechadas (em torno de 45 dias).
De acordo com dados da Smap, o Mercado Público recebeu R$ 2,4 milhões em investimentos. Desse total, mais de R$ 500 mil foram feitos somente para recuperar os estragos da enchente de maio.