O término das obras da trincheira da Ceará poderia ter tido participação indireta da Fraport. O caso foi comentado nesta quinta-feira (8) pela diretora-presidente da empresa alemã no Brasil, Andreea Pal.
- Tratamos de ajudar, mas a situação jurídica, como a prefeitura explicou, é complicada. Por essa causa, tem que ser resolvida pela maneira atual - comentou Andreea, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O grupo HTB, Tedesco e Barbosa Mello, contratado para executar as obras de ampliação do Aeroporto Salgado Filho, tentou gestionar com a prefeitura uma forma de auxiliar nos trabalhos. A sondagem à prefeitura ocorreu há aproximadamente um ano.
- Para as obras (do aeroporto) seria mais fácil utilizar essa conexão (trincheira). Os custos que o contratado (teria) para transportar os caminhões (seria menor). Mas já estão praticamente finalizados (os trabalhos de ampliação do aeroporto) - relatou a diretora alemã.
Na ocasião, a Procuradoria Geral do Município (PGM) avaliou o aspecto jurídico do pedido. Porém, a resposta dada foi que não havia como ser viabilizada essa intenção.
- Eu mesmo tenho esse problema a cada dia para vir e sair do aeroporto. Para todo mundo, se espera que finalizem a obra. Queríamos ajudar, mas infelizmente não foi possível - concluiu Andrea para a coluna.
Essa não é a primeira vez que empresas consultam a prefeitura sobre essa possibilidade. No começo do ano, empresários que comandaram a retomada das obras da trincheira a Cristóvão Colombo também tentaram, sem sucesso, ajudar financeiramente na construção.
A justificativa principal é que, no caso da trincheira da Ceará, há um contrato em vigor com as empresas Conpasul, Sogel e Toniolo Busnello. Em 2014, elas até chegaram a avaliar não prosseguir com a obra por conta da necessidade de se gastar mais por conta do solo instável não detectado em projeto. A decisão das empresas acabou sendo revista e os trabalhos prosseguiram.
Se uma construtora de fora auxiliasse, a prefeitura poderia sofrer contestação na Justiça. Além disso, não falta dinheiro para que a administração de Nelson Marchezan conclua a passagem de nível da Ceará. O problema atualmente é a demora para se conseguir pagar as dívidas atrasadas que a prefeitura tem com as empresas.