O Natal de 2024 e os dias que antecederam o feriado foram marcados por várias tragédias no Rio Grande do Sul, no país e no mundo, alimentando a impressão de que desastres são, infelizmente, comuns nessa época do ano.
O acidente aéreo que se abateu sobre Gramado foi um deles. Mas a série de tragédias começou na sexta-feira (20), na Europa. Um homem lançou um carro contra uma multidão que passeava por um mercado de Natal na cidade alemã de Magdeburg, matando cinco pessoas.
No sábado (21), um acidente envolvendo um ônibus, uma carreta carregada com uma pedra de granito e um carro de passeio deixou 41 mortos e 11 feridos na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), no maior acidente rodoviário do país desde 2007.
No domingo (22), houve a queda de ponte entre Maranhão e Tocantins, que soma oito mortos e nove desaparecidos.
, a queda de ponte entre Maranhão e Tocantins deixou um morto e vários desaparecidos.
A tragédia aérea gaúcha ocorreu também nesse dia: o avião da família Galeazi caiu dois minutos após decolar de Canela. Todas as 10 pessoas a bordo morreram.
Na quarta-feira (25), um avião caiu no Cazaquistão, matando 38 pessoas (e incrivelmente 29 se salvaram).
E como a morte de qualquer ser humano é uma tragédia, ainda perdemos o ex-governador Alceu Collares e o ator Ney Latorraca. Há, claro, ainda as perdas particulares de cada um de nós.
Não é de hoje esse sentimento. Do ponto de vista histórico, lembro do Bateau Mouche, a embarcação que naufragou na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 31 de dezembro de 1988. Das 142 pessoas a bordo, 55 morreram.
No Réveillon de 2010, deslizamentos de encostas causados por fortes chuvas deixaram 50 mortos em Angra dos Reis e Ilha Grande, também no Rio. E, como não lembrar, do dia 26 de dezembro de 2004, quando um terremoto no fundo do Oceano Índico gerou ondas gigantescas que varreram as costas do Sudeste Asiático, atingindo 14 países e deixando mais de 220 mil mortos.
Por que desastres ocorrem com tanta frequência nesta época do ano? Não me atrevo a explicações que fujam à racionalidade - e respeito tais interpretações.
Não há uma estatística oficial que aponte o aumento de tragédias neste período, mas, em alguns casos, é possível arriscar: o fluxo de veículos aumenta nas rodovias no final do ano, quando também é crescente a combinação de álcool e direção, além do excesso de chuva em algumas regiões por questões sazonais e aliado às mudanças climáticas.
Mas há sempre o imponderável. Triste. Nossa solidariedade a todas as vítimas dos desastres deste final de 2024.