O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) confirmou para a Polícia Civil o que já se especulava. O avião Piper Cheyenne, do empresário Luiz Cláudio Galeazzi, não dispunha de caixa-preta. Também não havia sistema de gravação de áudios.
O modelo foi fabricado em 1990. Nesta época, não havia previsão de construção desse equipamento para este tipo de aeronave.
O sistema até poderia ter sido instalado posteriormente. Porém, numa avaliação inicial do Cenipa, a caixa-preta não foi localizada.
Sem esse dispositivo, o Cenipa terá de se debruçar mais na cena do acidente, em vídeos e nos relatos de testemunhas para apurar as causas da tragédia. Hoje em dia, aeronaves um pouco menores até já possuem o dispositivo.
- A investigação vai ter que ser baseada, única e exclusivamente, nas imagens que a gente tem de câmeras de segurança e nos destroços da aeronave, porque esse avião, infelizmente, não tinha a previsão de ter caixa preta - informou o especialista em segurança de voo, examinador de pilotos. Fabio Borille.
Quando um acidente aéreo acontece, a busca pela caixa-preta é prioridade após o resgate de possíveis sobreviventes. A peça é um sistema de registro de dados e voz do avião, que grava as últimas conversas da tripulação, além de informações da aeronave como velocidade, aceleração, condições climáticas, altitude e ajustes de potência.
Ela é dividida em duas partes. Uma é o gravador de voz do cockpit (CVR), que captura as últimas horas de conversas entre a tripulação e sons internos da aeronave. A outra é o gravador de dados de voo (FDR), que captura informações técnicas sobre o trajeto adotado pelo avião até a queda.