Cansados de ver o andamento das obras da trincheira da Ceará a passos de tartaruga, leitores e ouvintes estão questionando a coluna Estamos em Obras: poderia a comunidade também se unir e finalizar essa construção, já que as empresas contratadas pela prefeitura de Porto Alegre não aceleram a finalização? Segundo o empresário Eduardo Estima, que coordenou o grupo que ajudou a liberar o tráfego na passagem da Avenida Cristóvão Colombo, a situação envolvendo as duas obras é um pouco diferente.
- Falta praticamente nada ali. O mais caro são as bombas porque se chover deve inundar. Para encerrar a Ceará é muito fácil. Com uma movimentação como a nossa, (ocorrida na Cristóvão Colombo) em 30 a 40 dias está resolvido - disse Estima.
Apesar de as duas construções estarem praticamente prontas, as diferenças são grandes. No caso da obra da Cristóvão Colombo, as empresas EPT, Serenge e Serki, contratadas para executarem os serviços, desistiram de realizar os trabalhos.
A prefeitura tentou chamar as demais colocadas na licitação, que não aceitaram o convite. Para finalizar a obra, então, será necessário, realizar uma nova concorrência. Enquanto a prefeitura trata do distrato do contrato anterior e a publicação do novo edital, a comunidade se organizou, juntou dinheiro e vontade e procurou a prefeitura, que não seria inteligente se resolvesse barrar essa mobilização dos moradores.
No caso da trincheira da Ceará, porém, há um contrato em vigor com as empresas Conpasul, Sogel e Toniolo Busnello. Em 2014, elas até chegaram a avaliar não prosseguir com a obra por conta da necessidade de se gastar mais por conta do solo instável não detectado em projeto. A decisão das empresas acabou sendo revista e os trabalhos prosseguiram.
Mesmo que hoje os serviços ocorram em ritmo quase de letargia, a prefeitura sofreria contestação na Justiça se aceitasse que outras empresas executassem as obras durante um contrato vigente. Além disso, não falta dinheiro para que a administração de Nelson Marchezan conclua a passagem de nível da Ceará.
O problema hoje é a demora para se conseguir pagar uma dívida de R$ 3,88 milhões que a prefeitura tem com as empresas. Quando o dinheiro for depositado, a expectativa é que as construtoras retomem o ritmo e finalizem os 4% necessários para, enfim, liberar o trânsito em uma das principais entradas e saídas de Porto Alegre.