Partiu de um empresário a mobilização que está garantindo sobrevida à uma das obras da Copa de 2014. Parada desde outubro de 2016, a região da passagem de nível da Cristóvão Colombo voltou a receber máquinas e operários.
Tudo começou a partir de uma provocação feita pelo empresário Eduardo Estima, no seu Facebook, feita em 30 de novembro. "Vamos resolver a passagem da Cristóvão Colombo com a Dom Pedro?", provocou o dono da Mydwalls, empresa de gestão de planos de saúde para outras empresas; e da Avazon, empresa de customização de carros.
- Conforme o que for decidido, faremos a obra e entregaremos a Porto Alegre a passagem livre e arrumada. Quem sabe food trucks, um bom som, jeeps com guinchos, vassourões e o que mais preciso for. Uma festa feita por moradores contribuintes da cidade pela cidade - complementou ele.
A ideia é liberar o trânsito embaixo da Terceira Perimetral, em ambos os sentidos. Em um primeiro momento, no sentido centro - bairro e depois no bairro - centro. O restante da obra, como a conclusão das alças de acesso, ficaria para um outro momento, após uma nova licitação que a prefeitura precisa fazer.
Rapidamente, o empresário reuniu um grupo que se interessou pela causa. Algumas reuniões ocorreram e já contaram com apoio de advogado, dono de empresa de construção e integrantes da Câmara de Vereadores e da própria prefeitura. Até um grupo de WhatsApp foi criado para buscar os recursos e materiais necessários. Desde então, em 18 dias, a região já ganhou mais melhorias do que nos últimos dois anos.
A área havia virado ponto de descarte de lixão, como sobra de materiais de construção de outras obras e casa para moradores de rua. A prefeitura está cumprindo a sua parte: a região foi limpa, ganhou iluminação e, neste momento, um serviço de drenagem é feito para impedir alagamentos na trincheira.
- A gente espera que até janeiro tudo esteja liberado - diz o empresário, confiante.
Segundo Eduardo, a prefeitura precisa ainda concluir essa obra de drenagem e também finalizar a terraplenagem no sentido do bairro da passagem de nível. Também ficou de apresentar aos empresários os recursos que faltam para liberar o tráfego na parte de baixo da trincheira. Se for preciso, o grupo também ficou de conseguir asfalto e concreto para doar à prefeitura.
- Minha preocupação maior é fazer com que as pessoas parem de criticar e ajam. A gente precisa fazer Porto Alegre melhor - desabafa.
Falta ainda asfaltar 50 metros de pista e concluir 25 metros do muro de contenção no sentido bairro-centro. A prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre essa mobilização.
A passagem de nível está 85% pronta e precisa passar por nova licitação. O consórcio formado pelas empresas EPT, Serenge e Serki desistiu da obra. A alegação dada à prefeitura foi dificuldades financeiras.
O contrato para execução dos trabalhos foi assinado em agosto de 2012. A ordem de início foi dada somente em março de 2013, e a previsão era realizar o serviço num prazo de um ano. Só que os desvios no trânsito começaram apenas em julho daquele ano, e as obras tiveram início em julho de 2014.