Quando tiver acesso ao empréstimo do Banrisul, que viabilizará R$ 120 milhões para a retomada das obras da Copa de 2014, a prefeitura de Porto Alegre terá que resolver mais um problema na construção da trincheira da Cristóvão Colombo. O consórcio formado pelas empresas EPT, Serenge e Serki comunicou que não tem mais intenção em concluir a obra. A alegação dada é a dificuldade financeira.
A prefeitura ainda tenta convencer os responsáveis pela construção da trincheira a não desistir da obra. Para isso, os débitos que existem com o consórcio precisarão ser quitados.
- O último pagamento recebido foi em novembro de 2016 e estamos com créditos a receber desde então (segundo a prefeitura, dívida é de R$ 257 mil). Não dá para segurar todo este tempo. Se pagarem tudo que devem existe a possibilidade (de voltar a realizar a obra) - diz o gerente técnico da EPT, Nicolau Ostrowski.
A prefeitura de Porto Alegre já iniciou contatos com as construtoras responsáveis pelas obras da Copa. A intenção é que, assim que seja recebidos os recursos de um empréstimo junto ao Banrisul para as dívidas contraídas até 2016, as dívidas sejam pagas. A prioridade de recebimento será das empresas que têm obras ainda não concluídas.
A partir de questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado, a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão está também avaliando se houve irregularidade na execução dos trabalhos já realizados que já foram pagos ou que ainda não foram recebidos pelas construtoras.
Caso não seja possível reverter a decisão do consórcio referente a obra da trincheira da Cristóvão Colombo, a alternativa será chamar a segunda, terceira e quarta colocadas na licitação. Elas terão que aceitar realizar o restante da construção pelo mesmo preço. Se houver recusa, a opção será realizar uma nova concorrência.
De acordo com levantamento de execução da obra divulgado pela prefeitura há um ano, a trincheira da Cristóvão Colombo está 85% concluída. O contrato para execução da trincheira foi assinado em agosto de 2012. A ordem de início das obras foi dada em março de 2013. A previsão era realizar o serviço num prazo de um ano. Só que os desvios no trânsito começaram apenas em julho daquele ano. E as obras só tiveram início em julho de 2014.
Nos próximos dias, a Prefeitura de Porto Alegre e o Banrisul irão assinar o contrato de empréstimo de R$ 120 milhões, que irá permitir a retomada das obras que estão paradas há mais de um ano. Desse total, R$ 45 milhões serão usados para pagar dívidas com as construtoras. O restante garantirá ao município ter dinheiro para pagar as próximas faturas.
Já para março é aguardada a liberação da Caixa Econômica Federal dos R$ 115 milhões que serão usados na realização das obras da Copa que ainda não começaram. O dinheiro também será usado nas obras de macrodrenagem e pavimentação da Avenida Ernesto Neugebauer e da Rua José Pedro Boéssio.