Um dos setores que mais criou vagas ao longo do último ano foi a indústria de máquinas e implementos agrícolas. No compasso da safra farta combinada a bons preços das commodities, o segmento viu crescer a demanda, o que exigiu força de trabalho para fazer frente. Dados do IBGE compilados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento do Estado mostram que, no acumulado até setembro de 2021, a produção do segmento cresceu 46,6% em relação a igual período do ano anterior.
Como é responsável por 60% do volume nacional, o Rio Grande do Sul sentiu com força os efeitos positivos desse apetite. O balanço fechado ainda não foi divulgado, mas no acumulado entre janeiro e setembro, 4.747 vagas haviam sido criadas pela indústria de máquinas, 3.614 a mais do que no mesmo intervalo de 2020. Foi o melhor desempenho entre os empregos formais celetistas, aponta levantamento do DEE, e ajudou a fazer com que o agronegócio registrasse diferença positiva de 9.014 postos em igual período.
Como a performance tem relação com o resultado colhido nas lavouras, 2022 terá um cenário distinto, com a estiagem impactando a produção de grãos de verão do sul do país. O RS costuma absorver 11% do total de máquinas e implementos.
Apesar da adversidade, Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers), entende que a procura vinda de outras áreas do país e do Exterior ajudarão o segmento a manter um bom ritmo, o que inclui os postos de trabalho:
— No ano passado, deixamos de vender por não ter entrega, então, existe demanda. As indústrias que conversamos têm pedidos até março.
Para o dirigente, outro termômetro considerado positivo vem da confirmação da participação das principais fabricantes na Expodireto-Cotrijal, feira marcada para 7 a 11 de março em Não-Me-Toque, no norte do Estado.
— A Expodireto é uma oportunidade. A participação das empresas é garantida e importante. E, neste momento de crise, nada melhor do que buscar soluções. A feira também é um espaço de apresentar reivindicações. Tanto a ministra da Agricultura quanto o presidente estão conscientes do problema climático no Estado. É um ano perdido, e tem de se pensar para frente — observa Nei César Mânica, presidente da Expodireto-Cotrijal.