A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
"Mora" na Fazenda Capão da Imbuia, em Carambeí, no interior do Paraná, a primeira vaca tokenizada do país. Chamada Valda, o animal da raça holandesa virou mais do que "colega de trabalho" do produtor William Vriesman com a nova tecnologia no negócio. Transformou-se também em uma garantia digital na hora de acessar créditos rurais em instituições financeiras.
— Com a tokenização, conseguimos demonstrar que nossos animais cedidos em garantia estão saudáveis, bem cuidados, bem alimentados, se movimentando naturalmente, livres de desconfortos térmicos — explica Emerson Vriesman, um dos filhos do proprietário da fazenda, que viu na tecnologia blockchain e no monitoramento inteligente uma oportunidade para liderar essa transformação.
Até então, usar animais como garantia era uma dificuldade pela difícil comprovação que a instituição financeira tinha, contextualiza Luiz Caldas Milano Junior, cofundador e diretor comercial da Simple Token, que forneceu a tecnologia:
— Sem uma garantia importante, o produtor terá mais juro, mais risco da operação e um valor menos acessível.
A tecnologia foi implementada na propriedade pela startup de Milano Junior, de Florianópolis, que trabalha com blockchain e tokenização. Ou seja, transforma a representação de um ativo em digital e em blocos, que são entrelaçados entre si, permitindo que tudo fique registrado de forma segura e imutável.
Mas a tokenização só foi possível graças às coleiras inteligentes da agtech COWMED, de Santa Maria, que monitoram a saúde e o bem-estar das vacas em tempo real, utilizando IoT (Internet das Coisas) e inteligência artificial, na propriedade.
O próximo passo agora é expandir para outras propriedades e Estados, incluindo o Rio Grande do Sul. E, à coluna, a Simple Token adiantou que já há negociações.