A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de três estiagens consecutivas e uma enchente, terminar o ano de 2024 com a notícia da Operação Leite Compensado não era, definitivamente, o que os produtores esperavam. Ao fazer o tradicional balanço de 2024 e as projeções para 2025, nesta sexta-feira (13), o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Marcos Tang, cobrou uma reparação da empresa envolvida ao setor produtivo:
— O produtor de leite foi lesado. Eles têm de pagar também por lesarem toda a classe, que investiu centenas (de reais) para ter qualidade, para se adequar e ficar na atividade.
Além do prejuízo à imagem do alimento, Tang teme a redução no preço pago pelo litro de leite devido a uma possível diminuição de consumo. No verão, já se espera uma redução de consumo, em razão do calor, e de produção, pelo estresse térmico nos animais.
Apesar da conjuntura, o dirigente da Gadolando e da Febrac projeta que 2025 será positivo para os produtores de leite no Estado, seja por condições climáticas ou por políticas públicas. Nos últimos dias, o governo federal abriu uma investigação de prática de dumping nas importações de leite em pó, integral e desnatado da Argentina e do Uruguai. E no âmbito do governo do Estado, a partir do ano que vem, começa a valer a medida que proíbe a concessão de benefício fiscal a empresas que utilizam leite em pó ou queijo importados em seu processo industrial.
— Não esperamos um grande impacto, mas são pequenas coisas que tendem a nos ajudar em 2025 — salienta Tang.
Apesar da enchente e da consequente elevação de custos, o ano de 2024 foi de margem de lucro ao produtor de leite no RS.