A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Foi uma combinação de pelo menos dois fatores que fizeram a produção de trigo quase dobrar nesta safra no Rio Grande do Sul. O Estado colheu 3,7 milhões de toneladas de cereal, alta de 42,3% sobre o ciclo passado, conforme informou a Emater nesta quinta-feira (12).
O primeiro fator é a base de comparação: a safra passada, de 2022/2023, encolheu mais de 30% em razão do excesso de chuva. E o segundo tem a ver com o clima deste ciclo. Apesar da chuva que marcou o mês de outubro e parte do período da colheita — o que fez, inclusive, a Emater reajustar em 16 pontos percentuais para baixo a produção com relação à expectativa inicial —, as condições climáticas favoreceram o desenvolvimento da principal cultura de inverno do Estado.
Na avaliação do assistente de culturas da Emater, Alencar Rugeri, a recuperação veio:
— Ficou abaixo da expectativa que o produtor tinha, teve um gostinho de "quero mais", mas foi uma boa recuperação (se comparado com a safra anterior).
Além do excesso de chuva, Rugeri cita também a lixiviação de nutrientes do solo causada pela enchente e a falta de luminosidade aparente como outros fartores que podem ter contribuído para a queda na produção.