A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
À medida que as cheias começam a passar em diferentes regiões do Estado, a real dimensão do estrago vai aparecendo. Na produção de leite, além das perdas de pessoas, estruturas e animais, a Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) calcula que, até o momento, 500 mil litros de produto foram perdidos. Volume que não pôde ser recolhido por empresas nem cooperativas em razão das enchentes, que impediram ou dificultaram o acesso às propriedades.
No rol dos prejuízos, entram ainda o comprometimento de silos que foram alagados e 10 mil hectares de pastagens (alimento para as vacas) que foram danificados pela grande quantidade de água. Mais de 800 produtores de leite, principalmente das regiões da Serra e do Vale do Taquari, foram afetados, calcula a Gadolando.
Presidente da entidade, Marcos Tang, lembra que o setor já acumula problemas ao longo dos últimos anos, como a alta de custos, três estiagens consecutivas e a entrada nos últimos meses de lácteos importados de países do Mercosul.
— O prejuízo na atividade leiteira é grande. Uma série de problemas. E agora, reconstrução — avalia o dirigente.
Tang também reforça, entre os prejuízos, o problema da alimentação dos animais, seja pastagens ou silagens, perdida:
— Foi uma comida feita com alto custo, e vindo de estiagem, nós tivemos muita dificuldade de fazer comida. Então alguns guardaram comida e perderam ela agora, devido a essas chuvas intensas.
Problemas que acentuam a preocupação com o futuro da atividade. Conforme dados da Emater, o número de propriedades encolheu em 60% nos últimos oito anos no Estado.