Ferramenta que é uma espécie de seguro contra as intempéries, a irrigação emergiu novamente na pauta do RS. A gota d’água para a temática voltar a ter protagonismo vem da perspectiva de um verão mais seco no Estado. Com uma sequência de estiagens e uma cheia no histórico recente, o que se quer é ter um ano de normalidade na produção.
E que “tamanho” teria de ter a irrigação para garantir uma posição mais segura em tempos de chuva escassa? Hoje, 15% da área cultivada com milho tem o sistema. Na soja, só 3,2%.
Coordenador da Comissão de Meio Ambiente e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Domingos Velho Lopes projeta que, vencidos os entraves, seja possível ter um avanço exponencial dentro de uma década:
– É possível ter 75% da área plantada irrigada.
Um percentual de aproximadamente 50% já poderia oferecer maior segurança nos anos de estiagem. Importante lembrar que a irrigação também gera ganhos de produtividade.
Para algumas culturas, como os hortifrúti e o tabaco, Lopes estima ser viável ter 100%.
Presidente da Farsul, Gedeão Pereira mencionou no tradicional balanço da entidade modificações que aponta como avanços na busca por um maior espaço à irrigação, como o fim da exigência de licenciamento ambiental para o pivô. E a possibilidade de que açudes e barramentos com até 25 hectares sejam licenciados pelos municípios:
– Ou seja, se aumentou a base de licenciadores.
Proposta da Assembleia
Também houve a aprovação de lei que conceitua obras de infraestrutura para e a irrigação como de interesse social e utilidade pública. Na prática, isso viabiliza que, em caso de necessidade, possa haver intervenção nas Áreas de Preservação Permanente (APP). A implementação depende de regulamentação, tarefa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Outra frente de ação tem sido via Assembleia Legislativa. O presidente Adolfo Britto fez do tema a prioridade da gestão à frente da casa.
E já encaminhou proposta de minuta ao Executivo de legislação com o objetivo de ampliar a área com irrigação. Amanhã, o Comitê da Estiagem se reúne e deve avaliar o projeto sugerido.