Produtores dispostos a investir na compra de máquinas e implementos precisam incluir a paciência na relação dos itens necessários. Com as vendas aquecidas ao mesmo tempo em que há dificuldade para conseguir suprimentos, o prazo de espera para a entrega pode se alongar. Componentes eletrônicos, que tiveram uma disparada de consumo em meio à pandemia, são um desses itens.
– Não estamos com a produção que gostaríamos de ter. Muitas indústrias têm equipamentos prontos ou semiprontos (à espera de componentes) e isso está atrasando a entrega. Dependendo da máquina, tem prazo de 90 dias – observa Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers).
A New Holland confirma que, a exemplo de todos os outros fabricantes de máquinas agrícolas do país, vivencia um mercado agrícola aquecido, puxado pela expectativa de safra recorde com as principais commodities e preços favoráveis ao produtor. Mas ressalta que a cadeia de suprimentos, impactada pela pandemia, ainda está sendo restaurada, sejam os fornecedores nacionais ou externos. Esse cenário tem “dificultado a reposição dos inventários – tanto da fábrica quanto dos concessionários”, explica a empresa em nota.
Para o produtor que conseguiu se planejar, a possibilidade de aquisição é garantida. Nos casos de compra imediata, depende do tipo de produto, com o prazo de entrega também relacionado ao equipamento.
Também reforçando esse cenário de produtores capitalizados e interessados em adquirir novas tecnologias está a John Deere, que tem unidades no Estado, em Horizontina e Montenegro. Nessa última, abriu recentemente 180 vagas – inicialmente temporárias, mas que poderão virar efetivas.
No ano passado, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística, da Secretaria de Planejamento, as indústrias de máquinas tiveram o segundo melhor saldo de empregos no Estado.
Para 2021, o setor deve ter ainda um cenário diferente no Rio Grande do Sul, que poderá reforçar os negócios. Em 2020, por conta da quebra de safra, as vendas acabaram ficando mais represadas. Responsável por 60% da produção de máquinas no país, o Estado tem fatia de 11% no consumo desses itens.