Estamos há menos de trinta dias da eleição presidencial e parece incrível que ainda tenhamos que falar sobre desafios, quando já deveriam ter sido descritas pelos candidatos as soluções para dois segmentos, responsáveis por boa fatia da economia: qualificação de mão de obra e geração de emprego.
Os desafios são inúmeros. Fora a instabilidade dos últimos anos na economia, que gerou recessão grave e travou o crescimento do país como um todo, a indústria brasileira precisa superar obstáculos, como custos de produção elevados, alta carga tributária, demanda interna insuficiente e cíclica, falta de capital de giro e taxas de juro elevadas.
Minimizar estes desafios traz criatividade na otimização de processos produtivos, gestões mais enxutas, desenvolvimento de novas tecnologias, inovação e posicionamento. Outro ponto importante para o setor é abrir mercados para impulsionar as exportações, já que a qualidade e os inventos superam as de países desenvolvidos.
Na agricultura, o desafio é a obtenção de lucratividade, capaz de remunerar os custos, assegurar investimentos e garantir adequada qualidade de vida ao agricultor.
A cada ano, novas tecnologias vêm sendo incorporadas aos dois segmentos, assegurando contínuo aumento de produtividade. De março de 1990 até hoje, a área plantada com grãos cresceu 61%, enquanto a produção aumentou 310%, números que demonstram o quão pujante é o agronegócio. A tecnologia é aliada do produtor para aumentar a produtividade, reduzir custos e desperdício de insumos e ampliar a eficiência da gestão em toda a atividade.
As dificuldades estruturais seguem, a falta de estradas para escoamento das safras e de infraestrutura portuária, alternativas para redução de custos logísticos, além de um esclarecimento para a sociedade sobre os benefícios que os avanços tecnológicos trouxeram para agricultura como um todo, desde melhoramento genético de plantas para obtenção de variedades mais produtivas, até o uso racional de fertilizantes, água e químicos.
A necessidade de transparência e segurança na perspectiva de termos planos safras bianuais, visando planejamentos a médio prazo, é indispensável. É importante esclarecer que a agricultura brasileira não é subsidiada, e compete diretamente com a agricultura subvencionada de países desenvolvidos, por isso nossos produtores precisam de condições para planejamentos mais eficientes de suas produções. É fundamental falar sobre desafios dos dois segmentos que são responsáveis por acelerar o Brasil, e servem como trampolim para a recuperação da economia nacional.
Carolina Rossato é presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers)