As ações sugeridas para que os cultivos localizados em áreas de encosta do Estado se tornem mais resilientes aos problemas climáticos estão divididas em três grandes eixos: sistema de produção, transferência de tecnologias e políticas públicas. Parte de um trabalho conjunto desenvolvido por entidades de pesquisa e representações do setor vitivinícola, as propostas têm como base o diagnóstico dos estragos deixados na serra gaúcha após a catástrofe de abril/maio deste ano. E serão levadas agora para as esferas de poder municipal, estadual e federal, explica Adeliano Cargnin, pesquisador e chefe da Embrapa Uva e Vinho.
O documento Diagnóstico e Proposições para os Impactos de Chuvas Extremas na Serra Gaúcha foi apresentado na quarta-feira em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho, da Secretaria Estadual da Agricultura, coordenada por Cargnin. Foi construído a muitas mãos, com a coordenação da Embrapa.
– São ações para encostas, independentemente da cultura. É uma proposta de visão de futuro. Já estamos vivendo o aquecimento global e precisamos começar a apensar em algo, porque os eventos extremos começarão a ficar mais frequentes. Tem de ser uma mudança sistêmica – reforça o chefe da Embrapa Uva e Vinho.
O diagnóstico após a catástrofe contou com ferramentas como sensoriamento remoto, análise de solos, de aspectos hidrológicos e de fatores humanos. E apontou que os danos maiores, caracterizados pelos deslizamentos, foram centralizados nas encostas.