A promotoria de Justiça de Cachoeirinha denunciou três pessoas pelo homicídio da modelo Nicolle Brito Castilho da Silva. Ela desapareceu da própria casa na noite de 2 de junho de 2017, no município. Para o Ministério Público (MP), houve um homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, mediante dissimulação e com emprego de tortura.
O documento foi finalizado no dia 29 de junho. O MP ainda mantém o sigilo dos detalhes da denúncia, alegando que ainda não houve parecer de um juiz sobre a denúncia.
No dia 1º de junho, após quase um ano de investigação, quebra de sigilos telefônicos, de redes sociais, cumprimento de 15 mandados judiciais e depoimentos de 26 testemunhas, a Polícia Civil finalizou o caso indiciando três pessoas pelo crime. Os três indiciados são uma jovem, o mandante do crime e um homem suspeito de ocultar o cadáver de Nicolle, que teria sido torturada e assassinada por ter supostamente provocado discórdia entre quadrilhas rivais.
Um áudio obtido na investigação indica que Nicolle foi vítima de um crime brutal.
— Ela já era, ela foi cortada, foi botada dentro dos pneus e foi "tacado" fogo. Depois foi "tacada" dentro do Guaíba — diz um presidiário indiciado.
Relembre o caso
- No dia 2 de junho de 2017, Nicolle Brito Castilho da Silva, então com 20 anos, desapareceu da própria casa, enquanto seu pai, Sidnei Castilho da Silva, 47 anos, buscava um lanche nas proximidades.
- Entre o fim de julho e início de agosto do mesmo ano, registros de atividades no Facebook da jovem levaram a polícia a crer que ela pudesse ainda estar viva.
- Em 23 de julho, o corpo carbonizado de uma mulher foi encontrado no bairro Cascata, em Porto Alegre. Exames de DNA mostraram incompatibilidade com o perfil genético do pai da jovem.
- Em agosto, a polícia não descartava a possibilidade do desaparecimento da modelo estar ligada a um caso de sequestro e estupro, descartado depois com as investigações.
- Durante o primeiro semestre de investigações, a delegacia analisou escutas telefônicas que colocavam um presidiário de 20 anos e a namorada dele de 24 no cenário do crime. A ex-estagiária de um fórum é demitida, após ser conduzida coercitivamente para prestar depoimento.
- Polícia pede prorrogação no inquérito em dezembro de 2017.
- Em 1º de maio de 2018, um homem investigado pela polícia no Caso Nicolle é executado em Gravataí.
- Em 1º de junho de 2018, a Polícia Civil finaliza a investigação do crime indiciando três pessoas pelo homicídio e outras duas por crimes relacionados.