Moradores do Condomínio Residencial Leblon, no bairro Ipanema, relatam que, desde julho de 2023, os valores cobrados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) nas contas não condizem com o que é consumido. A variação é de R$ 1,6 mil a R$ 45 mil, conforme o síndico Régis Valentim.
Segundo ele, a média de consumo mensal dos moradores é de R$ 70 por domicílio. Ao menos oito das 57 famílias que vivem no local pedem a correção.
Em um primeiro momento, o condomínio gastou cerca de R$ 12 mil para verificar se havia um vazamento, mas não foram identificados problemas internos.
O titular da conta mais cara, Carlos Augusto Reginato, assegura que procurou o Dmae mais de uma vez para a revisão dos valores. Segundo ele, os primeiros protocolos de contestação das contas foram registrados em 31 de julho do ano retrasado, mas seguem pendentes no portal da autarquia.
Algumas das ocorrências abertas por e-mail foram respondidas pelo departamento, orientando o morador a aguardar a revisão da medição — o que segundo Reginato, ainda não ocorreu.
— Nos e-mails que enviei questionando as contas, sempre me coloco à disposição para pagar a dívida, desde que seja um valor justo e correto. Não me sinto bem em cancelar uma conta e deixar rolando uma dívida absurda — afirma.
O Dmae admite que registrou problemas, durante dois anos, com o serviço de leitura dos hidrômetros, passando pela contratação de duas empresas e duas rescisões. Durante esse período, a autarquia explica que não foi possível cobrar o valor consumido e houve erro de leitura. Com isso, emitiu a tarifa equivalente à média do consumo do hidrômetro. Em 1º de novembro de 2024, uma nova empresa assumiu e voltou com o serviço de leitura.
O Dmae aponta que, com a retomada, a conta de dezembro trouxe os valores represados e acumulados — em alguns casos, desde 2023. Valores mais altos ou mais baixos de meses anteriores são considerados pontuais, segundo o Dmae. A autarquia não respondeu especificamente sobre o caso do condomínio do bairro Ipanema e sobre a falta de retorno às solicitações de Reginato.
O Dmae orienta que os consumidores que tiverem dúvidas sobre o valor cobrado não paguem a fatura e façam a contestação por meio dos canais de atendimento. Durante esse processo, também não ocorre cobrança de juros sobre tarifas ou corte do fornecimento. Se o Dmae constatar que há erro de leitura, a conta é cancelada.
O motivo para a cobrança de valores acima do normal é definido após a avaliação dos protocolos abertos pelos clientes. A revisão das contas pode levar até três meses para ser concluída.
Produção: Gabriel Dias