O auxílio ao transporte coletivo, um dos setores afetados pela pandemia de covid-19, é um dos assuntos tratados pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, durante sua passagem por Brasília (DF). Na capital federal, Melo se reuniu nesta terça-feira (14) com técnicos da Frente Nacional dos Prefeitos para discutir sobre as isenções no transporte coletivo nas grandes cidades. O grupo quer que a União ajude nas despesas do setor, a fim de superar a crise e não sobrecarregar as prefeituras.
— Se o governo federal não criar um SUS, vai colapsar. Não tem como as prefeituras, sozinhas, bancarem as isenções daqueles que não podem pagar. Esse é um processo que as prefeituras das regiões metropolitanas estão liderando e eu também trouxe aqui para o ministro — disse Melo, após se reunir com o ministro do Trabalho e Emprego, Onyx Lorenzoni.
A redução das isenções para uso dos ônibus de Porto Alegre está prevista no pacote de mobilidade encaminhado por Melo à Câmara Municipal em julho. Das 14 gratuidades anteriormente previstas, restaram idosos acima de 65 anos, crianças e adolescentes vinculados a entidades de assistência social, soldados da Brigada Militar, pessoa de baixa renda com deficiência e acompanhantes e estudantes.
A tentativa de Melo obter apoio federal para conter a crise no transporte se junta a outras medidas já tomadas. No dia 8, os vereadores aprovaram o projeto que permite a estatização da Carris. Na semana anterior, já havia sido aprovado o fim gradual da função de cobrador.
Usina do Gasômetro e empréstimos
No encontro com Onyx, o prefeito da Capital também reforçou o desejo de que a Usina do Gasômetro seja doada em sua totalidade para o município. Oficialmente, o prédio pertence à Eletrobras e a Capital apenas tem uma licença de uso sobre ele.
— Como a Eletrobras vai ser privatizada, nós queremos que o prédio seja um bem apartado e que a permissão de uso que temos hoje se torne propriedade do município, porque isso vai nos permitir fazer parcerias para cuidar da usina, pois estamos investindo lá um bom recurso que é cidade — afirmou.
Outra pauta dos encontros desta terça-feira foram empréstimos para a cidade. Ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi informado interesse no financiamento de US$ 100 milhões para colocar em prática um programa de recuperação e transformação dos serviços sociais. Será encaminhada uma carta consulta sobre o assunto a partir do aval do governo federal.
— O governo federal não está avalizando empréstimos, e isso está prejudicando a prefeitura de Porto Alegre. Nós temos capacidade para buscar empréstimos, mas não estamos conseguindo porque não temos aval da União. Então, estamos fazendo um apelo para o governo liberar — ressaltou Melo, que também reforçou que a prefeitura quer empréstimos para fazer projetos de qualificação no Centro Histórico.
À noite, o prefeito de Porto Alegre irá falar sobre vacinação contra a covid-19 e outros assuntos com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Afirmou também que está pensando em outras estratégias para incentivar a vacinação na Capital.
— Queremos apelar aos jovens e às famílias dos jovens a irem se vacinar. Se tudo ocorrer bem, amanhã (15) baixamos para 16 anos. Muita gente do Cadastro Único não está se vacinando. Então, além de colocar o Rolê da Vacina fixo, nós vamos fazer com que alguns carros circulem nas ruas em regiões que apontam que há pessoas que não se vacinaram — concluiu.
A agenda do prefeito em Brasília vai até quinta-feira (16).