Cinco vezes ministro e chamado de “curinga” por Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL) mantém a confiança e a fidelidade ao ex-presidente, a despeito das notícias recentes sobre um suposto esquema de venda de joias recebidas durante o mandato. Onyx assegura que, desde 2017, quando começou a caminhar ao lado de Bolsonaro, jamais presenciou ou soube de alguma atitude do presidente visando benefício próprio ou de terceiros.
— Ele nunca me pediu nada de errado, uma vantagem pessoal ou algo para alguém — garante o ex-deputado, em entrevista concedida a GZH na quarta-feira (16), em um hotel de Porto Alegre.
Candidato a governador com apoio de Bolsonaro em 2022, Onyx considera que, apesar da derrota eleitoral, teve uma “vitória política” por chegar ao segundo turno e atribui o revés na eleição à transferência massiva de votos de Edegar Pretto (PT) para Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno.
Por outro lado, reconhece erros em episódios como o do debate no qual demorou a explicar sua proposta para o regime de recuperação fiscal (RRF), acordo para o pagamento da dívida com a União. Espalhado pelos adversários de Onyx, um trecho recortado do confronto viralizou nas redes sociais.
— Para as pessoas, foi mais importante o meme do que o fato em si (da renegociação da dívida) — lamenta.
Para Onyx, hoje o governo tucano lhe “dá razão” ao tentar renegociar os termos do RRF com o Ministério da Fazenda.
Fora da vida pública após sete mandatos consecutivos como deputado, ele passou o primeiro semestre na Europa, tentando aproximar o PL de partidos conservadores da Espanha, da Itália e de Portugal, e está concluindo um livro sobre a ascensão de Bolsonaro ao poder. Prestes a iniciar um curso de gestão pública, diz que apoiará aliados na eleição municipal de 2024 e não esconde o desejo de voltar a concorrer ao Palácio Piratini em 2026.
Leia os principais trechos da entrevista
Há sete meses o senhor encerrou o mandato de deputado federal após 28 anos ininterruptos de vida pública. O que tem feito desde então?
Eu tomei uma decisão junto com minha família, com minha esposa, Denise, de tirar um período sabático. No primeiro semestre fiquei mais na Itália, em busca das minhas raízes familiares. Vivi no Vale do Vêneto, consegui ir na igrejinha onde meu bisavô foi batizado em 1863, que foi recuperada há pouco tempo. Encontrei também alguns parentes que vieram da cidade de Marostica, província de Vicenza. Foi uma experiência fantástica. O resto do período fiquei em Portugal, e tenho me dedicado a uma interlocução com os partidos conservadores da Europa. Com o Chega em Portugal, com o Vox na Espanha, com o Fratelli d'Italia e com a Lega Nord na Itália. Há um mês, Eduardo Bolsonaro esteve comigo lá e estamos estreitando os laços dos partidos conservadores europeus com o PL brasileiro.
Não o incomoda o fato de que esses partidos são classificados como radicais ou de extremistas em seus países?
Na verdade, é desdobramento da guerra cultural, né? Os partidos de esquerda de centro tentam ampliar o tamanho do centro, é uma estratégia política. Começa na Alemanha com a SPD e a CDU (sociais-democratas e democratas-cristãos). Isso serve a um propósito, de ampliar o centro e não depender dos votos da direita. Agora, na Espanha, o PP (centro-direita) não fez a votação que esperava e sem os votos do Vox (direita conservadora) não consegue formar governo. A gente está vendo que a extrema-imprensa, na guerra cultural brasileira, está fazendo com o Milei (Javier Milei, libertário que concorre à presidência da Argentina). Ele virou um “extremista”, assim como o Santiago Abascal na Espanha, o André Ventura em Portugal ou a Giorgia Meloni na Itália. Eles não são extremistas, são conservadores, têm pautas conhecidas no mundo todo e são defensores da liberdade. É curioso que os ditos defensores da liberdade e democracia, onde conseguem se instalar, reduzem a liberdade e a democracia das pessoas.
Nos últimos dias o senhor fez um roteiro pelo interior do Estado. Qual o motivo dessa incursão?
Fiquei um período sem falar, até em respeito ao governo que se instalou aqui no Rio Grande do Sul. Esse tempo foi importante para que eu pudesse ler, rever, estudar. Tenho uma base eleitoral muito sólida, construída ao longo de quase 30 anos no parlamento estadual e nacional, e as pessoas também estavam querendo me reencontrar, saber qual é o caminho e o que a gente estava fazendo. Estive em cinco regiões do Estado junto do Rodrigo (Lorenzoni, seu filho), que é o líder do PL na Assembleia, conversando com as pessoas, mostrando que a gente tem caminhos para seguir nos próximos anos, que a nossa luta não se encerra, porque a gente teve uma vitória política gigantesca no ano passado. Tivemos uma derrota eleitoral, que reconheci no dia, mas a vitória política que tivemos é que, nos últimos 33 anos, sou o primeiro cara conservador, liberal, que chega ao segundo turno da eleição. Isso não é pouca coisa.
Passados 10 meses, qual a avaliação da campanha eleitoral? Por qual razão não conseguiu vencer?
A matemática. Quando termina o primeiro turno, nós tínhamos um delta de possibilidade de chegar a algo em torno de 3 milhões de votos, é só analisar a distribuição dos votos primeiro turno. E o piso do atual governador, que se reelege, era de 3,4 milhões. Como um amigo me disse, eu passei 20 anos no parlamento brasileiro sendo um dos grandes críticos do PT, dos desvios do mensalão, do Petrolão, dos equívocos do PAC. Não dava para esperar ter nem 10% dos 1,7 milhão de votos feitos pelo Edegar Pretto, ainda mais com o Lula indo para frente do Palácio Piratini dizendo para não votar em mim. Então, não tenho uma ilusão de que a gente poderia vencer o segundo turno. Fizemos o melhor que podíamos. Nossos parceiros de primeiro e segundo turno se esforçaram, mas tínhamos uma realidade dada. Se voltar no tempo, na eleição de 1990, tu vai encontrar a eleição de Alceu Collares (PDT) igual à que tivemos no ano passado. O PT e o PMDB descarregaram em Collares os seus votos (contra Nelson Marchezan, do PDS), e quem tinha entrado em segundo lugar acabou ganhando a eleição. Por isso disse, quando reconheci a vitória do atual governador, que aquilo era mais um passo dado e que em muitas eleições para o governo do RS, quem saiu derrotado numa eleição saiu vencedor na próxima. Quem sabe não é isso que está reservado para a gente?
Não dava para esperar ter nem 10% dos 1,7 milhão de votos feitos pelo Edegar Pretto, ainda mais com o Lula indo para frente do Palácio Piratini dizendo para não votar em mim.
Mas alguma decisão o senhor faria diferente? Algum erro, algum equívoco?
Todos nós somos humanos, cometemos erros. Esse meu período lá em Portugal e na Itália foi de muita reflexão. Muitas coisas que aconteceram eu tentaria fazer diferente.
Por exemplo?
Por exemplo: aqui no Rio Grande do Sul foi mais importante o meme do debate na Rádio Guaíba, onde eu falei sobre a questão da renegociação da dívida, do que o fato em si, que desde dezembro eu alertava que era um erro. A própria cobertura da Zero Hora, a partir do momento em que falei que era um erro, foi no sentido de dizer que eu estava equivocado, e o governo certo. Hoje o próprio governo reconhece que eu estava certo. Para as pessoas, foi mais importante o meme do que o fato em si (da renegociação da dívida). Hoje eu não tenho nenhum prazer em olhar para o RS e ver que o atual governo me dá razão, mas gostaria que tivesse consertado o equívoco lá atrás, quando podia consertar. Agora é muito mais custoso, muito mais difícil. O fato de o atual governador imaginar que pode ser um candidato presidencial vai dificultar. O governo federal não vai facilitar a vida dele, por mais que o PT tenha votado nele, porque ele vai ser adversário de quem está no poder. O governo fez escolhas erradas, a cada dia está mais claro. Nos recursos do Fundeb, que eu disse que foi desvio de finalidade, está reconhecido que foi. Agora tem uma operação na CRM. A pergunta é: porque a CRM não foi privatizada junto com a CEEE, se ela estava no mesmo pacote?
E qual a avaliação que o senhor faz desses oito meses de governo Leite?
Igual ao primeiro, ineficiente. É como aquele filho perdulário que recebeu uma empresa complicada pela perda do pai e tem patrimônio. Aí ele vende a casa na praia, o apartamento na cidade, a casa da Serra, depois vai vender o apartamento no Rio de Janeiro. E quando acabar de vender o patrimônio, faz o quê? Não está fazendo nada para arrumar as contas do Estado. O IPE Saúde, que eu também trouxe ao debate na campanha, não teve uma solução estruturante para o futuro, só meteu a mão no bolso do servidor público. O Banrisul continua com uma gestão terrível. Há uma ineficiência que é do DNA do governo, há uma falta de inovação que é do DNA do governo. E cadê as mudanças na educação? Não mudou nada. Disse que vai consertar umas escolas, mas já começou? Também não. Lamento o caminho que, por circunstância política de uma eleição polarizada no Brasil, o Rio Grande do Sul adotou, acho que se perdeu uma boa oportunidade. Mas isso o tempo vai mostrar com clareza.
Seu partido faz oposição ao governo Leite, mas alguns deputados votaram a favor da reforma do IPE, que o senhor critica.
Eu aprovei uma reforma da Previdência quando o governo que eu coordenava, na Casa Civil, não tinha base eleitoral. Obtive votos para aprovar a reforma em parlamentares que eram de oposição. Porque tem questões que são pontuais e precisam ser solucionadas. A proposta era muito ruim, mas não tinha nada melhor. A gente não pode esquecer que esse 1 milhão de vidas que o IPE cuida é fundamental para a sobrevivência do sistema hospitalar gaúcho. Vários parlamentares compreenderam isso e deram o seu voto, isso é normal da democracia. Assim como, se um dia me for dada a oportunidade de governar, não tenho nenhuma dúvida de que vou obter votos na alegada oposição.
A Assembleia também discute a abertura de CPI para investigar a privatização da Corsan. O senhor orienta os deputados do PL a assinarem?
Tem indícios muito complexos. Já precisou de malabarismo no Tribunal de Contas do Estado para que ela pudesse ir adiante. Tem coisas muito estranhas. A decisão de entrar ou não em uma CPI não é do partido ou da liderança, é uma decisão individual de cada deputado. Quando estive no parlamento participei de dezenas de CPIs, mas isso sempre foi uma decisão individual, nunca conversei com partidos.
Mas o senhor é a favor da instalação da CPI?
Particularmente, e pode me cobrar se um dia for me dada essa honra de ser governador, respeito as investigações e acho que tudo o que tem dúvida tem que se investigar, em qualquer território.
O senhor será candidato a governador em 2026?
Ninguém é candidato de si mesmo. Nós preparamos um projeto para o Rio Grande do Sul que, quando a escolha foi por projeto, foi vitorioso no primeiro turno, com quase 2,4 milhões de votos. Eu inicio em setembro uma pós-graduação em gestão pública, vou me aprofundar mais, estudar mais. Tenho lido muito sobre os projetos que são aplicados em Portugal, na Espanha e na Itália. Em 2024 pretendo estar aqui para acompanhar nossos prefeitos e candidatos a vereador do meu partido e os de outros partidos que são amigos e companheiros da vida toda. Uma grande parte do DEM, que era o ex-PFL, acabou não migrando, e tenho muitos amigos nesse partido (União Brasil). São pessoas que me acompanham há 30 anos, então, se for candidato a prefeito e não for colidir com do PL, vou ajudar. Sou leal aos meus amigos. Vou me preparar e, em 2025, a gente vai avaliar o cenário. Eu já lambi minhas feridas, já cicatrizou (a derrota de 2022). Pretendo me qualificar mais para me apresentar diante dos gaúchos com a possibilidade de disputar. No que depender da minha vontade, serei candidato a governador. Mas é claro que não sou candidato da minha vontade, sou candidato de um projeto. Se essa vontade puder casar com um grupo partidário e eu for escolhido de novo para representar, com muita tranquilidade, muita humildade, mas muita força, quero voltar a disputar as eleições.
Como está sua relação com o presidente do PL gaúcho, Giovani Cherini?
Está muito boa, não tenho problema nenhum. Zero.
Ele disse recentemente que o senhor é um dos nomes para 2026, mas que estamos muito longe da eleição. O senhor teme que se faça uma costura em que o senhor fique de fora?
Ele está certo, eu sou um dos nomes. Assim como o vice-governador (Gabriel Souza) é um dos nomes do MDB para a sucessão. Acho que tudo está em aberto, e acho que a gente precisa construir algo que não envolva só o partido, terá que ser uma aliança. Uma das coisas que se refletiram na eleição do ano passado foi o pequeno número de prefeitos que nos apoiava, isso faz diferença. O PL ainda era pequeno no Rio Grande do Sul, o presidente Cherini vem fazendo um grande trabalho de expansão do partido. Tenho certeza de que estaremos juntos em 2026, cada um disputando aquilo que o seu coração mandar.
O senhor esteve recentemente com o presidente Jair Bolsonaro. Como ele está?
Graças a Deus ele está bem agora. Ano passado, no final do ano, ele não estava legal. Doeu muito. Agora ele já está mais parecido com o que ele era, mais tranquilo, mais alegre, brinca mais, está mais em paz. Claro, está incomodado e chateado com a questão da inelegibilidade, que veio de uma forma muito dura e na minha visão, indevida, mas a gente tem que respeitar as decisões judiciais. Ele sempre será uma pessoa com muita influência.
Nos últimos dias surgiram muitas notícias sobre o suposto esquema de venda de joias recebidas pelo ex-presidente Bolsonaro. O senhor acredita que tenha algum indício forte contra ele?
Sobre isso eu tenho um depoimento a dar: eu caminho ao lado dele desde abril de 2017. Ele nunca me pediu nada de errado, uma vantagem pessoal ou algo para alguém. Me lembro de uma noite em que lia o acordo de delação do Antonio Palocci, em que ele contou que em determinado momento levava pacotes de dinheiro ao presidente Lula. Bolsonaro nunca me ligou para dizer: “olha, fulano precisa de não sei o que”. Nada. Zero. Tive a imensa honra de caminhar ao lado de um presidente que só pedia para a gente servir o Brasil. Eu continuo acreditando no Bolsonaro, nunca vi ele propor ou fazer nada de errado. O que tem é muita narrativa, sabe? Todo dia tem narrativa. Parecido, que Deus a tenha, com a vereadora que morreu no Rio (Marielle Franco, PSOL). Quando chegaram perto de aliados do PT pararam de falar. Sumiu o assunto. Confio e sei que a maioria absoluta do povo brasileiro confia no presidente Bolsonaro. Eu continuo acreditando nele.
O senhor tinha proximidade com o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens do presidente e agora está preso?
Os militares são muito reservados. E havia, a partir do primeiro ano de governo, uma certa disputa de poder. Eu era do núcleo ideológico, porque sempre tive uma posição muito clara no parlamento e era amigo pessoal do professor Olavo de Carvalho. Lembra lá as brigas dos generais contra o Olavo? Volta e meia o professor ligava para mim, e eu ligava para ele. Então, nunca tive muita proximidade, exatamente por isso, havia um certo distanciamento, provocado pela discrição que é natural dos militares e uma certa queda de braço, que se resolveu quando o general Braga Netto foi para a Casa Civil.
Mas quanto ao coronel Cid, o senhor acredita no envolvimento em algo errado?
Não tenho como avaliar, porque não tinha convívio, a não ser um “bom dia”, boa tarde”, “boa noite”, ou uma continência quando estava chegando. Não tenho como avaliar isso, se tivesse, eu diria.
O senhor recebeu um relógio de luxo em uma visita do presidente ao Catar, em 2019, que o TCU ordenou a devolução. O senhor devolveu?
Falei com meu advogado ontem (terça-feira, 15), nós já fizemos uns seis ou sete ofícios sobre isso. Logo que saiu a decisão, liguei ao ministro Antonio Anastasia (do TCU) e perguntei: “Mando para o senhor?”. Ele disse “Não, vai na comissão de ética pública”. Já mandei no mínimo seis ofícios, e agora estão vendo com a Caixa Federal um canal para a devolução. Mas vai ser entregue. Antes teve duas decisões dizendo que não precisava entregar (do Conselho de Ética da Presidência e da Controladoria-Geral da União). E está todo mundo na mesma situação pelo que sei (outros ministros que receberam relógios).
Assim como a esquerda faz, caberia à centro-direita brasileira e latino-americana também fazer esse caminho de se aproximar, discutir a pauta conjunta e apoio entre países e partidos
Com o ex-presidente Bolsonaro inelegível, quem deve ser o candidato da direita a presidente em 2026?
Eita, acho que tem que falar com a Mãe Dinah (risos)... Acho que, muito antes disso, precisamos consolidar a direita. Nós temos seis anos de idade, a esquerda tem no mínimo 40. A disputa é desigual, do ponto de vista da estrutura no Brasil, do conhecimento da sociedade, da guerra cultural, que tem aqui e tem na Europa. Pega um representante do Partido Comunista Português, do PSOE espanhol ou do PD italiano, é igual aos deputados do PT e do PSOL. É o mesmo discurso, a mesma pauta. Só não é a mesma entonação da voz por causa da língua, o resto é igual. Por outro lado, a direita europeia é tão desorganizada quanto a nossa. Conversa pouco entre si, não há articulação entre os partidos e os países, as pautas são as mais diversas possíveis. Assim como a esquerda faz, caberia à centro-direita brasileira e latino-americana também fazer esse caminho de se aproximar, discutir a pauta conjunta e apoio entre países e partidos. Precisamos nos organizar, ganhar musculatura.
Como?
Os partidos de direita do Brasil têm que se aproximar dos movimentos organizados, dos patriotas, e procurar dar orientação a essas pessoas. Até onde é o limite, até onde dá ou não para ir. Fazer cursos de formação, explicar o que são os princípios e valores conservadores, o que é uma economia liberal de mercado, a importância da liberdade para atividade econômica, para a criatividade das pessoas e o desenvolvimento do país. Tem um vastíssimo campo de preparação antes da gente chegar na disputa e política e eleitoral.
Dito isso, quem deve ser o candidato?
Não sei. Acho que tem que amadurecer e desse processo de amadurecimento, de organização, não tenho dúvida de que vai emergir com naturalidade o candidato.
O senhor está escrevendo um livro sobre a ascensão do ex-presidente Bolsonaro. Quando sai esse livro e o que o senhor pretende contar nele?
Sai em outubro. As pessoas poderão conhecer muito do bastidor que antecedeu a caminhada do presidente, desde a época em que ele era propositalmente não reconhecido por parte da mídia brasileira e não era respeitado pelos partidos que se achavam donos do poder. Eles não acreditavam que pudesse haver nessa transformação do Brasil. E ele tem muitos méritos. Tem uma coisa muito linda: vi o depoimento, em uma viagem que fiz, de uma professora que durante anos tinha vergonha de cantar o Hino Nacional e que, nos últimos anos, por tudo o que aconteceu no Brasil, ela passou a ter orgulho de cantar o Hino Nacional. As pessoas aprenderam a confiar nele e viram nele o líder que elas julgam que deveria estar governando o Brasil e agora há um sistema que se contrapôs a tudo isso e acabou fazendo o Brasil voltar atrás.