A Polícia Civil realiza operação, na manhã desta terça-feira (15), para apurar suspeita de direcionamento de licitação para a compra de caminhões pela Companhia Riograndense de Mineração (CRM). O suposto esquema teria tido o consentimento de servidores da companhia, que são investigados na Operação Off Road.
A 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Decor) cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da CRM, em Candiota, nas casas de servidores e de dois empresários que teriam sido beneficiados com a venda de três caminhões para a companhia, no valor aproximado de R$ 2,1 milhões.
Conforme a apuração, a empresa que vendeu os caminhões teria ofertado previamente os veículos à CRM, antes da abertura do processo licitatório. A negociação teria sido facilitada por servidores. Uma série de contatos posteriores teriam resultado na vitória da empresa, configurando o direcionamento do negócio.
Os policiais cumpriram nove mandados de busca e apreensão desde o final da tarde da segunda-feira (14). O foco da delegacia especializada do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) é recolher documentos que ajudem a verificar se há outros envolvidos em crime licitatório contra a administração pública. A investigação é conduzida pelo delegado Max Otto Ritter.
Em contato com a reportagem de GZH, o presidente da CRM, engenheiro Melvis Barrios Junior comentou a respeito da ação policial.
— É uma suspeita infundada. Foi um processo licitatório transparente, aprovado pelo Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Jurídico. Os caminhões foram comprados abaixo do preço de mercado. Há cerca de dois meses, respondemos questionamentos do Ministério Público, enviamos documentos. Estou aberto a questionamentos, faço questão de depor para esclarecer. Não teve direcionamento. Fizemos uma única exigência no edital, de que os caminhões tivessem, no máximo, 20 mil horas de uso. Só isso. É uma exigência que protege a companhia.