A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (14) o indiciamento do homem de 31 anos que, em depoimento para a polícia, confessou ter assassinado o sargento do Exército Thalys Gonçalves Rocha, 23 anos, que atuava 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado. O corpo do militar foi encontrado dentro de um carro incendiado no dia 14 de julho deste ano no bairro Belém Novo, zona sul de Porto Alegre.
O homem foi responsabilizado em inquérito policial por homicídio duplamente qualificado, destruição de cadáver e fraude processual. O titular da 4ª Delegacia de Homicídios, delegado Marcus Viafore disse que o investigado, durante a declaração, afirmou ter disparado pelo menos duas vezes contra a vítima, que foi atraída para uma emboscada na casa do autor dos disparos. O homem é ex-namorado da companheira do sargento e mantinha relação de amizade com a vítima havia anos.
Os dois teriam se desentendido após Thalys começar o relacionamento com a mulher, o que aconteceu havia cerca de seis meses antes do assassinato. Eles estariam tentando retomar a amizade. Ainda conforme depoimento do detido, após a emboscada e dos tiros de revólver calibre 32, a casa foi limpa e o corpo do sargento colocado no carro dele, um Fiesta. Depois disso, foi levado até a Estrada Francisca de Oliveira Vieira e incendiado.
O delegado diz que, mesmo com a confissão e a conclusão do inquérito, a investigação prossegue. A polícia aguarda alguns resultados periciais. Sobre a perícia, conta que, durante a apuração, foi usado luminol por peritos e, desta forma, foi comprovado que havia sangue na casa do indiciado no momento em que a substância ficou da cor azul ao reagir com o material genético. Uma segunda análise, que é a definitiva, está sendo concluída para afirmar se o sangue é do militar. Além disso, é aguardo resultado da necropsia para verificar os tiros, o que pode não ocorrer pelo fato do cadáver ter sido queimado junto com o carro. A arma do crime não foi localizada.
— O que já temos e o que consta no indiciamento, além de tudo o que mencionamos, confissão, tiros, motivação e perícias iniciais, informamos que o indiciado chamou um amigo para levá-lo à empresa onde trabalhava, ocasião em que trocou de roupa e retornou para casa. Lá chegando, tentou limpar a casa com água sanitária, porém, não se desfazendo de todos os vestígios — diz Viafore.
Sobre a continuidade da investigação, o delegado ressalta que um dos objetivos é detalhar se houve participação do amigo do indiciado em eventual ocultação de provas. O nome do amigo não foi divulgado. O delegado também ressalta que as provas periciais serão importantes não só para o indiciamento do investigado, mas para toda a apuração no caso de denúncia do Ministério Público e, na sequência, um possível processo no Poder Judiciário. GZH tenta contato com a defesa do indiciado para contraponto.