Policiais civis da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão ainda montam peças do quebra-cabeças relacionado ao sequestro de um jovem de 17 anos, realizado segunda-feira naquele município. A missão decisiva já foi cumprida: o adolescente foi resgatado de um cativeiro, onde foi mantido algemado por 24 horas. Resta aos agentes verificarem todos os envolvidos no crime e detalhes de como ele foi planejado.
A delegada Jeiselaure de Souza, responsável pelas investigações, prendeu um dos envolvidos, que admite que o jovem era monitorado pela quadrilha há quase um mês. As redes sociais dele eram vigiadas. A oportunidade para realizar o sequestro aconteceu quando ele colocou o carro da família, um Golf, para vender. Ele teria o consentimento dos familiares para isso.
A família do jovem tem um atacado comercial. O adolescente foi encontrado pelos policiais em um casebre em um matagal, em Gravataí. Apesar das más condições, recebeu comida e água.
O crime começou quando o adolescente marcou encontro com supostos interessados na compra do seu carro. Ele dirigiu até o local, no Lago Tarumã, mesmo sendo menor de idade. Ao chegar ao local, foi abordado por dois homens que disseram serem policiais civis e o transferiram para um outro carro. O Golf foi abandonado - ou seja, a intenção não era ficar com o veículo, mas obter renda maior, acredita a delegada.
Os sequestradores não chegaram a pedir resgate, talvez porque o sequestro teve contratempos. O carro onde estavam os criminosos estragou e não conseguiu se deslocar desde o cativeiro.
Os sequestradores mandaram uma só mensagem à família do jovem. "Boa noite, estou passando essa msg para avisar que seu moleque está em lugar bem tranquilo e não foi maltratado. Até agora está bem. Só o que peço é que desde já não envolva polícia...e ninguém mais, ninguém mais, nesse assunto. Amanhã entramos em contato com a família de novo", diz um sequestrador, pelo WhatsApp. Familiares pediram foto do sequestrado, mas não obtiveram resposta.
As buscas pelo jovem tiveram início ainda na segunda-feira, após a família notificar o sumiço às autoridades. O adolescente foi encontrado e libertado na terça. Os policiais ficaram 40 horas sem dormir. Nesse meio tempo, descobriram que o aparelho usado para mensagem tinha ligação com um presidiário que está em Charqueadas. Ele e outro dos envolvidos, que foi preso, vão responder pelo crime de extorsão. Resta localizar outros participantes do sequestro.