O ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni diz que irá devolver o relógio de luxo que recebeu após viagem ao Catar na qual integrou a comitiva do governo Jair Bolsonaro, em 2019. À coluna, ele afirmou na manhã desta quinta-feira (9):
- Quando a Comissão de Ética da Presidência fez o questionamento, em 2021, a gente mandou uma comunicação dizendo que eu tinha um relógio que estava em meu poder. Confirmei que eu tinha recebido de presente, que estava sob minha posse e que permaneceria assim até que eles tomassem uma decisão. Disse também que eu estava à disposição: se tivesse de entregar, entregaria.
À época, o Tribunal de Contas da União (TCU) tomou decisão, por 4 votos a 3, segundo a qual os políticos que haviam recebido os presentes não precisariam devolver os itens. Na semana passada, a Corte revisitou o caso e orientou uma decisão contrária: sugeriu que eles entreguem os relógios por entender que as peças estão em "desacordo com o princípio da moralidade pública". Cada relógio custa em média R$ 50 mil.
Onyx diz que nunca usou o acessório.
- Onde ele estava, ele ficou. Está no pacote que recebi, nunca toquei, nunca usei - explica.
E reitera que irá devolver o objeto.
- Se o TCU diz que tem de entregar, óbvio eu vou entregar. Quando eu voltar, vou entregar. Sem problema nenhum. Esse relógio nunca foi para o meu pulso, nunca tirei da embalagem - esclareceu o ex-ministro, que está em viagem fora do Brasil.
Além de Onyx, receberam os relógios o então ministro da Cidadania, Osmar Terra, o chanceler Ernesto Araújo, o chefe de Gabinete, Augusto Heleno, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Sergio Segovia, Gilson Machado, presidente da Embratur, o então chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Caio Megale, e o então embaixador do Brasil em Doha, Roberto Abdala.
Abdala providenciou devolução imediata, antes de qualquer questionamento. Megale, hoje na XP, acionou autoridades brasileiras ao questionar formalmente a Comissão de Ética sobre se seria ético ficar com o relógio.
Procurado na quarta-feira (8), o deputado federal gaúcho Osmar Terra (MDB) disse, por meio de sua assessoria, que não se manifestaria sobre o caso.