Ausências marcantes no desfile cívico-militar desta quarta-feira (7) em Brasília, os chefes dos Poderes estavam presentes em cerimônia promovida pelo Congresso Nacional nesta quinta (8) para homenagear os 200 anos da independência do Brasil.
O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, não compareceu ao evento que levou milhares de pessoas à Esplanada dos Ministérios. O político disse que não gostaria de estar envolvido em eventual confusão entre os atos cívicos alusivos à Pátria e as manifestações estritamente políticas, que contaram com a presença de Bolsonaro em palanques montados em Brasília e no Rio de Janeiro.
Pacheco avaliou ainda que as manifestações do 7 de Setembro transcorreram em dois momentos distintos - um cívico e outro de cunho político. Segundo ele, os atos políticos foram "pacíficos e ordeiros em torno de um projeto político", mas não se pode misturar os cargos de chefia de Executivo e candidato à reeleição.
— A minha preferência por não participar foi por não querer manifestar nenhuma atitude político-eleitoral. Foi essa a minha motivação para não estar presente, além de considerar a cerimônia desta quinta-feira com a presença dos Três Poderes. Como eu não sabia qual seria a separação entre estes momentos, resolvi não comparecer ao desfile.
A respeito da ausência do presidente da República à sessão solene do Congresso Nacional dessa quinta-feira, Pacheco tergiversou. O chefe do Senado disse que não sabia por qual razão Bolsonaro se ausentou - ainda que o compromisso estivesse em sua agenda oficial - e que quem é convidado "aceita ou não um convite". E ressaltou que a presença do presidente português, Marcelo Rebelo, destacou ainda mais a ausência do mandatário brasileiro:
— Essa sessão foi histórica, o pronunciamento do presidente de Portugal foi uma das coisas mais belas que vi de um chefe de Estado. Ele recebeu por parte do Congresso Nacional e dos demais presentes o devido respeito pelo que ele representa como presidente de nossa pátria-mãe.
Rebelo agradeceu aos brasileiros por sua extensa produção literária, poética e musical. Ele fez menção aos mais de 200 milhões de falantes da língua portuguesa e às importantes obras de artistas e autores brasileiros que percorreram o mundo. Ainda ressaltou que o Brasil deve continuar sendo a pátria da "liberdade, da democracia e da justiça".
— Agradeço a pujança do vosso povo irmão, espalhados por todos os continentes e agora invadindo Portugal com seu abraço. Para esses irmãos brasileiros lá chegados, vai o carinho do povo português — discursou, sendo aplaudido de pé pelos presentes na sessão solene.
Piso da enfermagem
Pacheco, que se encontrou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso na última terça-feira (6) para discutir soluções a respeito da lei que estabeleceu o piso nacional da enfermagem, disse nesta quinta que o Congresso Nacional está empenhado na busca por medidas que possam viabilizar o que foi aprovado e sancionado.
Segundo ele, serão encaminhados ofícios para a Secretaria Geral de Governo e Ministério da Economia a fim de debater o tema. Ao ministro, que suspendeu a lei no último domingo (4), foram apresentadas alternativas como a correção da tabela do SUS, a desoneração da folha de pagamento da categoria, assim como a compensação aos Estados sobre a dívida com a União. Todas as medidas precisam ser aprovadas através de projetos de lei.