Enquanto conversa com GZH, Carlos Ayres Britto caminha pelo jardim de casa, em Brasília, citando de cor trechos inteiros da Constituição e sua exata disposição numérica em artigos, parágrafos e incisos. Aos 79 anos, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal é não só um dos juristas mais respeitados do país, mas também um dos mais ferrenhos guardiões da Carta Magna. Ao longo dos 74 minutos de entrevista, ele citou 64 vezes a palavra Constituição – limitada a 21 repetições no texto a seguir –, sempre salientando seu princípio democrático e a imposição de ter no STF a voz derradeira nas controvérsias jurídicas. Autor de seis livros de poesia e cinco de Direito, Ayres Britto torna o debate de questões urgentes uma prosa fácil e escorreita, sem deixar de ser contundente. Para o ex-ministro, ataques ao Supremo e à democracia, ameaças de intervenção militar, abusos do Congresso ou do próprio STF são facilmente remediados. Basta ter respeito ao livro das leis.
Com a Palavra
Notícia
Carlos Ayres Britto: "A democracia não pode se permitir o suicídio"
Ex-presidente do STF defende a Corte e comenta cenário político atual do país, incluindo as eleições e o papel de instituições como as Forças Armadas