Em conversa com jornalistas na cidade de Washington, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro disse, na tarde desta terça-feira (19), que errou ao afirmar que "a maior parte dos imigrantes não tem boas intenções". A declaração foi dada em entrevista à televisão de orientação conservadora norte-americana Fox News na noite de segunda-feira (18).
— Boa parte tem boas intenções, a menor parte não tem. Houve equívoco da minha parte, cometi um ato falho — afirmou o presidente Jair Bolsonaro.
A declaração à TV americana foi feita no mesmo dia em que Bolsonaro dispensou os cidadãos dos Estados Unidos da necessidade de visto para viajar ao Brasil. A liberação também vale para os visitantes da Austrália, do Canadá e do Japão. Nesta terça-feira, Bolsonaro se reuniu com Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca e ouviu do chefe de Estado norte-americano que o Brasil é "o maior aliado fora da Otan".
Segundo Bolsonaro, a entrevista para a rede de TV norte-americana Fox News — onde rebateu acusações de que teria ligação com milícias e com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), há um ano — teve como objetivo dizer "a verdade" sobre o que está relacionado a sua imagem.
— Eu não sou tudo aquilo que falam ao meu respeito. Se fosse, não me elegeria nem vereador no Brasil — afirmou.
Bolsonaro também negou que exista rivalidade entre o Brasil e a China. Durante a campanha eleitoral, o presidente brasileiro afirmou que os chineses "queriam comprar o Brasil", mas o discurso foi suavizado.
— O Brasil deixa de fazer comércio com outros países devido ao viés ideológico. É um novo país que está se apresentando para o mundo — declarou aos jornalistas.
O presidente também negou que tenha realizado "encontros secretos" durante a sua agenda em Washington. Uma visita à agência de inteligência norte-americana, a CIA, foi realizada fora da agenda oficial.
— Não tem nada de secreta. Entramos pela porta da frente — disse Bolsonaro sobre a visita.