O presidente Jair Bolsonaro, que está em Washington, nos Estado Unidos, afirmou que apoia a ideia do mandatário americano Donald Trump de construir um muro na fronteira do país com o México, e que a maioria dos imigrantes não tem boas intenções.
— Nós vemos com bons olhos a construção do muro — afirmou Bolsonaro em entrevista à Fox News, nesta segunda (18). — A maioria dos imigrantes não tem boas intenções.
A declaração de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o presidente dispensou os cidadãos dos Estados Unidos da necessidade de visto para viajar ao Brasil. A dispensa também vale para os visitantes da Austrália, do Canadá e do Japão. Nesta terça-feira (19), o presidente do Brasil se reúne com Trump para alinhar medidas e parcerias entre os dois países.
Neste sábado (16), o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que acompanha o pai nos EUA, deu declaração polêmica sobre imigrantes. Segundo ele, os brasileiros que vivem ilegalmente no exterior são uma preocupação do governo porque são "uma vergonha" para o país. — O brasileiro que vem pra cá [EUA] de maneira regular é bem-vindo. Brasileiro ilegalmente fora do país é problema do Brasil, é vergonha nossa — declarou.
Sobre a situação da Venezuela, o presidente disse à Fox que o Brasil tomaria rumo parecido se continuasse sendo comandado por governos petistas. Pouco antes da entrevista, durante discurso, Bolsonaro disse que o Brasil conta com o apoio e a capacidade bélica dos Estados Unidos para "libertar o povo" da Venezuela.
Ao ser comparado com Trump pela jornalista Shannon Bream e de ser chamado de "Trump dos Trópicos", Bolsonaro sorriu e disse que sempre admirou Trump.
Vídeo obsceno
Ao ser questionado sobre o vídeo obsceno que publicou em sua redes sociais no Carnaval, Bolsonaro disse que queria mostrar o que estava acontecendo:
— Esse vídeo já estava circulando na internet e compartilhei para mostrar como o Carnaval estava acontecendo.
Marielle e milícias
Bolsonaro também rebateu acusações de que teria ligação com milícias e a com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), há um ano. Um dos acusados pela morte, o policial reformado Ronie Lessa, mora no mesmo condomínio em que o presidente tem casa.
— Sou um capitão do Exército brasileiro e parte dos oficiais da polícia do Rio de Janeiro são grandes amigos meus. Por coincidência, um desses suspeitos de ter matado a Marielle não era na verdade vizinho meu, mas morava do outro lado de uma outra rua (do condomínio). Só descobri que ele vivia lá depois de ver as notícias — disse o presidente. — A mídia, que sempre me criticou, tenta estabelecer uma conexão direta, mas nunca vi esse senhor no meu condomínio.
O presidente brasileiro acrescentou que "nunca tinha ouvido falar" sobre Marielle até a vereadora ser assassinada, há um ano.
Fake news
Bolsonaro afirmou ainda que a população brasileira já não acredita mais na mídia tradicional, que estaria "dominada" pelo viés ideológico de esquerda.
— Há muita fake news circulando no Brasil — disse.
Segundo Bolsonaro, a mídia tem usado declarações "sem contexto" para criticá-lo. Sobre as alegações de que seria homofóbico, misógino e racista, o presidente respondeu:
— Se fosse tudo isso, não teria sido eleito presidente. (...) Não tenho nada contra homossexuais, mulheres, não sou xenófobo, mas quero manter minha casa em ordem.