Em visita à sede do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil (Ugeirm-Sindicato) na manhã desta terça-feira (10), na Capital, a candidata à prefeitura de Porto Alegre Manuela D'Ávila (PCdoB) falou sobre a reviravolta jurídica envolvendo um de seus adversários, o ex-prefeito José Fortunati (PTB). Disposta a evitar polêmicas e a focar em propostas, a ex-deputada disse que o assunto não interfere na sua campanha, que não torce pela derrocada do concorrente e que quer "ganhar a eleição no voto".
Na segunda-feira (9), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) indeferiu o registro do vice de Fortunati, André Cecchini (Patriota), deixando a chapa toda sub judice. A decisão foi tomada a partir de recurso do candidato a vereador Luiz Armando de Oliveira (PRTB), que integra a coligação de Sebastião Melo (MDB). Na ação, Oliveira alegou que Cecchini não estava filiado ao Patriota no prazo legal para concorrer, de seis meses antes da eleição. Até o início da tarde desta terça-feira, não estava claro qual seria o desfecho do caso, que pode interferir nos rumos da disputa.
— A gente não tem relação com isso. A gente quer ganhar a eleição no voto e não na Justiça — declarou Manuela.
A ex-deputada disse ainda acreditar que o oponente reverterá a situação no Judiciário. Até agora, Fortunati vinha aparecendo em empate técnico com Melo e Nelson Marchezan (PSDB) na segunda colocação em pesquisas eleitorais. Manuela ocupa a primeira posição.
— Acho que ele (Fortunati) vai conseguir (reverter). Tem recursos judiciais. Ele deve estar na urna. É difícil que operem sobre os votos dele, e não é nossa torcida — reforçou a candidata.
Protegida por máscara facial e álcool gel, Manuela chegou à sede do sindicato dos policiais civis acompanhada do vice, Miguel Rossetto (PT), por volta das 10h30min. Ela foi até o local para conversar com integrantes da entidade sobre segurança pública, tema que é alvo de um capítulo do seu programa de governo.
— Uma das maiores mentiras que conseguiram construir, com base em fake news, e só ontem (segunda-feira, dia 9) conseguimos derrubar 529 mil notícias falsas, é a ideia de que quem defende melhores condições no Presídio Central, por exemplo, não defende a dignidade dos trabalhadores. Ora, quem é vítima da tuberculose quando ela não é controlada? Quem vive a rotina dos motins e da relação violenta? Vocês sabem que é uma guerra e vocês também perdem policiais nela. A gente sabe que Porto Alegre não tem como resolver todos os problemas do mundo, mas tem como dar o exemplo de que é possível articular no território políticas de segurança, de que é possível cuidar melhor da cidade — afirmou Manuela.
Entre as proposta da candidata na área estão fortalecer o gabinete de Gestão Integrada Municipal, com o objetivo de conjugar ações nas esferas municipal, estadual e federal, e criar as chamadas Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP), a partir da divisão geográfica do Orçamento Participativo (OP), em parceria com governo do Estado, Ministério Público e Poder Judiciário.
Manuela também promete fazer a regulamentação do Estatuto Geral da Guarda Municipal, com foco comunitário e preventivo, e a instituição de três Casas da Mulher de Porto Alegre, voltadas à proteção e ao acolhimento das vítimas de violência.
Na tarde desta terça-feira, Manuela e Rossetto percorreram áreas comerciais da Capital em um carro de som. Passaram pelos bairros Azenha e Menino Deus. À tarde a candidata ainda concederia entrevista a um jornal do centro do país e fecharia do dia com uma transmissão ao vivo nas redes sociais.